Bandeira olímpica é levada ao Cristo Redentor - Por Bernardo Tabak



Prefeito levou símbolo dos Jogos Olímpicos ao ponto turístico. Ato ecumênico com representantes de várias religiões abençoou bandeira.

A bandeira símbolo dos Jogos Olímpicos, que serão sediados no Rio em 2016, foi levada na manhã de domingo (19) ao Cristo Redentor, na Zona Sul do Rio de Janeiro, um dos mais importantes cartões-postais da cidade, eleito umas das novas sete maravilhas do mundo moderno. O prefeito Eduardo Paes chegou com a bandeira por volta das 8h30 e, durante a visita ao ponto turístico, um ato interreligioso foi realizado com preces de sete distintas religiões.

“Que a presença da bandeira olímpica no Rio de Janeiro nos leve a trabalhar pela paz, pela fraternidade e diminua a violência na cidade”, pediu dom Orani Tempesta, arcebispo da cidade do Rio, diante de jovens com bandeiras de vários países, que representavam a Jornada Mundial da Juventude, que será realizada na capital em 2013. Em seguida, dom Orani abençoou a todos com água benta.

Pastora Cristina, representante da Igreja Luterana, também pediu proteção: “Que o Cristo Redentor abençoe esta cidade, impeça a violência e promova a paz entre habitantes e visitantes.” 

Representando o Islamismo, Sami Ahmed Isbelle, diretor do Departamento Educacional da Sociedade Beneficente Muçulmana do Rio, pregou a solidariedade. “Que o espírito olímpico seja colocado em prática, de não agressão, de paz, de fraternidade e de auxílio mútuo”, discursou.

“O Brasil abriga essa diversidade. Que o criador nos dê mais sentimento de solidariedade, de respeito, e que afaste de nós o ódio. Axé!”, ressaltou o babalaô Ivanir dos Santos, representando as religiões matrizes africanas. 

E, representando o Judaísmo, Diane Kuperman, diretora do Diálogo Interreligioso da Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro (Fierj), finalizou as preces, com bom humor: 

“Sobre os braços abertos do judeu mais famoso do mundo, e à sombra dos elos entrelaçados dessa bandeira olímpica, vamos rezar para que o mundo aprenda com o exemplo do Brasil. Temos uma oportunidade de ouro para mostrar ao mundo que é possível construir a paz através do diálogo entre todas as religiões. No Brasil, temos um muçulmano ao lado de um judeu, um babalaô ao lado de um protestante, todos conversando, discutindo, e acima de tudo criando laços de afeto com os católicos, irmãos de sempre. Vamos mostrar que esses laços de afeto são possíveis, e que podemos todos criar um mundo melhor, sem ódios, sem preconceitos, mas de paz.”

Padre Omar Raposo, do Santuário do Cristo Redentor, pediu que todos dessem as mãos, “para mostrar unidade”, e que rezassem, cada um em sua crença. “Que essa oração chegue aos céus e que o Redentor nos fortaleça nessa missão de paz nos próximos anos. Mais do que nunca, a força do bom acolhimento do povo carioca se fará presente também nos Jogos Olímpicos. Os braços abertos do Redentor indicam essa vitalidade espiritual que existe em todo carioca.”

Após o evento, o prefeito Eduardo Paes também ressaltou a diversidade como uma das principais características do Rio. “A bandeira olímpica não podia deixa de vir nesse ícone da cidade, o Cristo Redentor, que é o Rio de braços abertos, da diversidade, de uma cidade sem preconceitos. O Cristo abençoou a bandeira olímpica nesse dia lindo, nessa cidade fantástica”, afirmou Paes. “Em alguns países, as Olimpíadas são a oportunidade que eles têm de juntar as pessoas. O Rio é sempre olímpico, porque está sempre juntando as pessoas”, complementou.

O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, ressaltou que o Brasil é um modelo de país que abriga diferentes religiões, etnias e culturas. “Essa união da diversidade que existe no Brasil é um exemplo para todo mundo”, afirmou. 

“Hoje é um dia de benção ecumênica, onde todas as religiões estão unidas em prol do sucesso dos Jogos Olímpicos e da proteção aos atletas brasileiros e do mundo inteiro”, acrescentou.

Visitas à bandeira olímpica foram suspensas no domingo

Em virtude da visita ao Cristo Redentor, no domingo (19) as visitas à bandeira olímpica, no Palácio da Cidade, foram suspensas, mas voltarão a ser realizadas todos os sábados, domingos e feriados, das 8h às 14h, segundo informou a prefeitura.

Na quarta-feira (15), a bandeira foi levada ao Conjunto de Favelas do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, onde foi recebida por centenas de crianças de escolas municipais e hasteada, conforme mostrou o RJTV. Durante o evento, houve uma apresentação de orquestras de jovens e a participação de alguns atletas olímpicos, entre eles os irmãos boxeadores Esquiva e Yamaguchi Falcão.

Esquiva ganhou medalha de prata nas Olimpíadas de Londres e Yamaguchi trouxe o bronze para o Brasil. A bandeira também foi levada para Realengo, na Zona Oeste, onde recebeu as honras militares, e depois seguiu de volta ao Palácio da Cidade.

Bandeira olímpica em Brasília

Na terça-feira (14), o prefeito Eduardo Paes, esteve em Brasília. Durante a visita de cortesia ao Palácio do Planalto, Paes apresentou a bandeira à presidente Dilma Rousseff. 
Eduardo Paes estava acompanhado do governador do Rio, Sérgio Cabral, do vice-governador Luiz Fernando Pezão, do presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COM), Carlos Arthur Nuzmann e dos irmãos boxeadores Esquiva e Yamaguchi Falcão. Depois do discurso da presidente, Eduardo Paes brincou com Dilma Rousseff. Ele disse que a bandeira olímpica é muito sentimental e pediu que Dilma se despedisse.

Pesquisas eleitorais 

Em tempos de campanha para se reeleger prefeito, Paes preferiu não comentar a última pesquisa do Ibope, divulgada na sexta-feira (17). “Deus me livre. Vocês podem não acreditar, mas eu nunca me animo com pesquisas, nem nunca me deprimo com pesquisas. Eu não entendo nada de pesquisas. Eu tenho horror. Não perco um minuto da minha vida com pesquisas, nunca. Eu toco a vida. Meu negócio é andar na rua”, finalizou o prefeito.



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