Manifestantes invadem embaixada dos EUA no Iêmen – Por Mohammed Ghobari e Sami Aboudi


Centenas de manifestantes iemenitas invadiram nesta quinta-feira o complexo onde fica a embaixada dos Estados Unidos na capital do Iêmen, Sanaa, em protesto contra um filme que eles consideram ser uma blasfêmia ao islamismo. Seguranças do local tentaram dispersá-los atirando para o ar, disseram testemunhas.

Jovens em protesto, gritando "nós nos sacrificamos por você, Mensageiro de Deus", quebraram com pedradas janelas das guaritas de segurança do lado de fora da embaixada e queimaram pelo menos cinco carros, enquanto arrombavam o portão principal e entravam no complexo fortificado no leste de Sanaa, segundo testemunhas.

"Nós podemos ver um incêndio dentro do complexo e as forças de segurança estão atirando para o ar. Os manifestantes estão fugindo e depois investindo de novo contra o prédio", contou uma testemunha à Reuters. Uma fonte da segurança disse que pelo menos 15 pessoas ficaram feridas, algumas por balas, e 12 foram presas.

"As informações iniciais são de que todo o pessoal da embaixada está seguro", disse um porta-voz da embaixada à Reuters por telefone, à medida que os confrontos continuavam.

O ataque veio após a invasão na noite de terça-feira do consulado dos Estados Unidos em Benghazi, onde o embaixador dos EUA para a Líbia e outros três funcionários foram mortos. O presidente dos EUA, Barack Obama, disse que os criminosos seriam perseguidos e ordenou o envio de dois destróiers para a costa da Líbia.

Os manifestantes também atacaram a embaixada dos EUA no Egito e há temores de que os protestos se espalhem para outros países do mundo muçulmano.

Manifestantes culparam os Estados Unidos pelo filme que retrata o profeta Maomé em aspectos vistos como blasfemos pelos muçulmanos e que foi condenado pelo governo norte-americano.

Testemunhas disseram que as forças de segurança do Iêmen não fizeram nenhum esforço para deter os manifestantes enquanto seguiram para a embaixada. Alguns carregavam faixas com a inscrição "Deus é Maior", enquanto alguns escalavam o portão e outros queimavam pneus do lado de fora.

Os manifestantes atiraram pedras e quebraram algumas lâmpadas e placas e depois atacaram a área da segurança e a embaixada.

A agência de notícias estatal Saba disse que o presidente do Iêmen, Abd-Rabbu Mansour Hadi, condenou o ataque e criou uma comissão para investigar os fatos, após informações de que as forças de segurança não conseguiram impedir que os manifestantes chegassem à embaixada.

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