Participantes de Caminhada no Rio condenam filme com ataque ao profeta Maomé
Reunidos para a 5ª Caminhada da
Liberdade Religiosa, no Rio, representantes de várias religiões no Brasil
condenaram ontem (16) o filme:
The Innocence of Muslims
produzido nos Estados
Unidos e que contem ofensas ao profeta Maomé.
Eles prestaram solidariedade aos
muçulmanos, mas também desaprovaram os violentos protestos antiamericanos realizados
por seguidores do islamismo em todo o mundo desde a semana passada.
Em entrevista à imprensa nesta
manhã, o diretor da Comunidade Beneficente Muçulmana no Rio, Sami Armed
Isbelle, disse que o Conselho Superior dos Teólogos e Assuntos Islâmicos no
Brasil, autoridade religiosa máxima dos muçulmanos no país, condenou o filme
“que desrespeita o profeta Muhammad e coloca os muçulmanos como bárbaros”.
Reproduzindo mensagens dos líderes religiosos, ele pediu o fim da violência.
Armed explicou que a representação
de Maomé não é feita nem pelos próprios muçulmanos e, por isso, o filme, cujas
legendas do trailer foram feitas em árabe, foi muito mal recebido.
“Sempre que
falamos do profeta, não tem nenhum tipo de representação [da figura], é só por
meio do que ele falou. Então, quando ele é representado de forma a incutir o
ódio e isso mexe com o sentimento religioso”.
O religioso, no entanto, não
descarta influência política nos protestos no Oriente Médio, que teve os
Estados Unidos como aliados de regimes ditatoriais, principalmente antes do
movimento conhecido como Primavera Árabe, no ano passado. “A massa acaba sendo
insuflada por essas circunstâncias históricas, embora essa reação seja
condenável", disse Armed, que é descendente de sírios.
Sem entrar na polêmica do filme
americano, que não teve confirmada a participação de judeus em nenhuma etapa da
produção ou do financiamento, a presidente da Federação Israelita do Estado do
Rio de Janeiro, Sarita Schaffel, reforçou que são condenáveis quaisquer ataques
a personalidades e símbolos religiosos. "Não gosto que façam com os meus,
não farei com os outros, é simples", disse.
A representante dos judeus - que
comemoram hoje o ano novo - defendeu o diálogo e pediu respeito à fé alheia.
“Todas as religiões, entre elas, o islamismo, pregam o entendimento, a paz, a
compreensão e o amor ao próximo”, disse.
Para a caminhada em favor da
tolerância religiosa em Copacabana hoje são esperadas 200 mil pessoas. Em 2011,
o evento reuniu 180 mil pessoas de varias religiões.
Fonte: http://www.jb.com.br
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