Políticos devem se preocupar com a falta de referências para os jovens, defendem grupos evangélicos – Por Luiza Freitas


Eles representam mais de 20% da população brasileira de acordo com o Censo de 2010 e, em Pernambuco, somam 1.788.973 de fiéis. 

Na política, a participação dos seguidores de igrejas protestantes vem crescendo, e as bancadas evangélicas se mostram cada dia mais atuantes, principalmente quando são tratadas questões como família e homossexualidade. 

São esses, além de investimentos sociais e o resgate da credibilidade dos políticos, os temas que eles acreditam que devem receber atenção especial dos candidatos nestas eleições municipais.

Apesar de o Brasil ser um Estado laico - mantendo-se neutro em relação às questões religiosas -, para o pastor Carlos Alberto, vice-presidente do Presbitério Litorâneo de Pernambuco, o futuro prefeito do Recife deve, sim, ter o compromisso de atuar em prol da estrutura familiar acatada pela Igreja. 

"Defendemos a família nuclear, formada por marido, esposa e filhos se houver. Precisamos de políticos para defender esse aspecto", argumenta. Para ele, é muito importante que prefeitos e vereadores atuem para fortalecer essa instituição, já que, diz, ela é fundamental na criação das referências para a juventude.

Diretamente ligada à defesa da formação tradicional da família está o posicionamento dos evangélicos em relação aos direitos dos homossexuais. Para o pastor Douglas Pereira, representante da Igreja Internacional da Graça de Deus, cabe ao Estado lutar contra a homofobia, mas sem que essas ações representem uma orientação, principalmente para os jovens. "Existe o direito individual, que tem que ser defendido e não cabe a nós questionar, mas a Igreja não aceita que o Estado incentive práticas homossexuais", explica.

A moralização política e a participação no processo eleitoral também são pautas importantes para os evangélicos. O grupo Rennovario, formado por jovens evangélicos de diversos segmentos, se organiza para realizar uma ação no próximo domingo (23) contra o "voto de cajado". 

Para Maelyson Rolim, representante do grupo que se reúne toda semana para discutir temas sociais sob a ótica religiosa, é importante alertar os eleitores de que não é permitido fazer campanha eleitoral dentro de igrejas e que líderes religiosos não podem induzir os fiés sobre em quais candidatos votar. "A Igreja não é serva nem senhora do Estado. Ela não pode ser usada para fins eleitoreiros", arremata Maelyson.

Com a educação, você oferece ajuda de fato à população, sem que ela se torne escrava do sistema

Outro tema bastante enfatizado é a luta contra as drogas e investimentos sociais para prevenir que os jovens entrem no mundo do crime. A unanimidade é que a união entre educação e família deve ser a principal estratégia na criação de referenciais para os jovens. 

"Com a educação, você oferece ajuda de fato à população, sem que ela se torne escrava do sistema", acredita o pastor Carlos Alberto, que defende a criação de cursos profissionalizantes que atendam à demanda do mercado. Ele também sugere que investimentos em saneamento básico são muito importantes para assegurar a qualidade de vida e a diminuição de doenças contagiosas, ajudando a diminuir a demanda nos hospitais.

Para os diversos segmentos evangélicos, o mais importante é que prefeitos e vereadores assumam seus postos com a ideia de servir a população e defender os direitos humanos. "A Bíblia fala do amor ao próximo e é dever dos governantes olhar mais para o povo e defender os mais fracos", explica o pastor Douglas Pereira.

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