Religiosos de ocasião - Por Gabriel Novis Neves
Candidatos fazem o papel de
verdadeiros gigolôs da fé alheia. Nunca a festa de São Benedito contou com a
presença de tantos políticos como a deste ano.
Os homens da “inteligência” dos candidatos majoritários tiveram muito trabalho em projetar caminhos para que inimigos políticos não se encontrassem, provavelmente com o auxílio de uma tecnologia avançada com apoio de satélites.
"A religião faz parte da
nossa formação ética e moral, mas, infelizmente, é motivo de exploração
daqueles que tem fé em alguém ou em alguma coisa". Será que essa gente especializada
em enganar seres humanos tem a pretensão de iludir devotos de São Benedito com
suas presenças, nesta festa que traduz toda a nossa fé católica?
Esse desfile hipócrita é
espontâneo, ou uma exigência de velhos novos marqueteiros? Fazem o papel
de verdadeiros gigolôs da fé alheia. Percorrem, feito Rei Momo, todas as festas
religiosas, com o único objetivo de conseguirem o voto de seus fiéis.
Tenho minhas dúvidas sobre a
eficácia dessa busca de crenças. Enfim, isso é o que presenciamos na semana do
santo preferido dos cuiabanos. Como os políticos não têm, na
grande maioria das vezes, ideologia, pratica-se uma espécie de adultério
eleitoral, abrindo seus palanques a dois ou três candidatos à Presidência da
República ao mesmo tempo e, acham que na religião essa metodologia funciona.
Envolver política com religião é
eticamente lamentável, mesmo sendo uma prática usada desde que o mundo é mundo. No
mínimo é um sinal de atraso e péssimo exemplo para a nossa gente de muita fé. A cultura religiosa não é produto
de convenções partidárias, difíceis de serem entendidas. Muito menos de acertos
espúrios cuja meta é o poder político.
A religião faz parte da nossa formação ética e moral, mas, infelizmente, é motivo de exploração daqueles que tem fé em alguém ou em alguma coisa. Cuidado candidatos com o andor, pois o santo é de barro!
Devemos louvar os nossos santos
com pudor e respeito e não profanar seus santuários com suas indesejadas
presenças politiqueiras. Política é política, e deve ser exercida no seu
palco, que hoje é o meio de comunicação.
Religião é demonstração do belo
sentimento da fé.
Gabriel Novis Neves é médico
em Cuiabá, foi reitor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
Fonte: http://www.midianews.com.br
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