Jihadistas erradicam etnias e religiões no Iraque – Por Miguel Marujo


Um relatório das Nações Unidas detalha violações generalizadas dos direitos humanos de natureza cada vez mais sectária no Iraque, bem como a deterioração do estado de direito em grandes partes deste país.


É um relatório produzido em conjunto pela Missão das Nações Unidas de Assistência para o Iraque (UNAMI) e pelo gabinete do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), que abrange o período de 11 de setembro a 10 de dezembro de 2014. 

São três meses suficientes para perceber como a violação cada vez mais sistemática dos direitos humanos vive de uma natureza tantas vezes sectária no país, para além de se verificar uma deterioração do próprio estado de direito em muitas regiões iraquianas.

Os membros de diversas comunidades étnicas do Iraque, incluindo turcomanos, shabaks, cristãos, yezidi, sabeus, kaka’e, faili curdos, xiitas árabe, entre outros, têm sido intencional e sistematicamente alvo do movimento jihadista do Estado Islâmico (EI), em que aparece com uma política deliberada destinada a destruir, suprimir ou expulsar essas comunidades permanentemente de regiões sob o seu controlo, como documenta o relatório.

"Continuo a ficar profundamente chocado com as graves violações de direitos humanos cometidas pelo EI e grupos armados associados. O ataque a civis com base na sua fé ou etnia é totalmente desprezível e não devemos poupar esforços para garantir a sua responsabilização por esses crimes", apontou o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos.

Zeid Ra’ad Al Hussein reiterou ainda o apelo para o Iraque se juntar ao Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional ou aceitar o exercício da sua competência no que diz respeito à situação atual que o país enfrenta.




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