Religiosos muçulmanos defendem reforma da educação para conter extremismo
Ulemas e dignitários religiosos
muçulmanos do mundo inteiro defenderam hoje (25/02), em Meca, na Arábia
Saudita, a necessidade de reforma da educação para combater o extremismo, no
âmbito de um seminário de três dias sobre a luta contra o terrorismo.
Pronunciaram-se
ainda a favor de uma revisão das mensagens religiosas incluídas nos programas
escolares, para que passem a ter "abordagem mais moderada".
As recomendações dos religiosos e
ulemas (sábios e doutores da lei) integram um comunicado publicado no fim do
seminário: O Islã e a Luta Antiterrorista, organizado pela Liga Islâmica
Mundial, que reúne organizações não governamentais e tem sede em Meca.
"A luta contra o terrorismo
e o extremismo religioso não é contrária ao Islã", destaca o texto, que
surge em um momento em que a Arábia Saudita e outros estados árabes combatem os
jihadistas do grupo extremista Estado Islâmico (EI), que têm estado em ação
sobretudo no Iraque, na Síria e na Líbia. "O terrorismo não tem religião
ou pátria, e é injusto e errado acusar o Islã", acrescenta o comunicado.
Domingo (22/02), no início do
seminário, o xeque da Al Azhar, uma das mais prestigiadas instituições do Islã
sunita, apelou aos países muçulmanos para que reformem seus programas
escolares, de modo a travar o extremismo religioso, resultado de "um
acúmulo histórico de tendências excessivas, inerentes a um patrimônio nascido
da interpretação errada do Corão e da Suna [palavras e atos do profeta
Maomé]", declarou o xeque Ahmed Al-Tayeb.
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