Professor do campus da UFMT de Rondonópolis lança livro


Nos próximos dias 8, 9 e 10 de abril será lançado em São Paulo o livro: 

“Trânsitos Religiosos, Cultura e Mídia: a Expansão Neopentecostal”

Do professor Adilson José Francisco, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus de Rondonópolis. 

A obra é parte da pesquisa desenvolvida pelo autor em sua tese de doutoramento defendida na PUC de São Paulo e de pesquisas recentes sobre a diversificação religiosa e a meteórica expansão das igrejas neopentecostais em Mato Grosso.

Apoiada em metodologias recentes desenvolvidas pela Sociologia, História e Antropologia, o autor entrevistou mais de uma centena de fieis, ex-fieis e líderes de diversas religiões. Além do ineditismo do tema para a região, a pesquisa, apresentada agora em forma de livro, desvela as motivações para as novas adesões religiosas que, de acordo com o autor, “se estão ligadas as estratégias midiáticas e políticas utilizadas pelas diversas igrejas, não podem ser reduzidas apenas a estas”.

Os depoimentos colhidos e as frequências aos templos revelam uma ampla etnografia das adesões. Para o autor, “as carências humanas materiais, psíquicas e afetivas encontram guarida na pregação e nos rituais neopentecostais. A proximidade dos templos e a simplicidade na comunicação aliada a uma fina sintonia com as necessidades dos fieis, tornam a pregação neopentecostal mais atraente, se comparadas com as religiões cristãs mais tradicionais”.

Os dados dos últimos censos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam o vertiginoso crescimento dos evangélicos. Mas não foram os evangélicos indistintamente que cresceram, adverte o autor, mas os pentecostais e os neopentecostais. 

Eles eram 6% em 1991, hoje somam 18,3%, o equivalente a mais 25 milhões de brasileiros. A evasão dos católicos é um os fatores deste crescimento, mas o censo de 2010 revela ínfimo crescimento das evangélicas tradicionais e das pessoas que se declararam sem religião e por outro lado um acentuado crescimento de evangélicos não determinados. 

Para o pesquisador, isto indica um aumento da concorrência religiosa interna e uma característica da pós-modernidade religiosa: “cada vez mais é possível crer, sem pertencer, ou experimentar. A diversidade da oferta torna os vínculos mais fluidos”.

A obra trata desta diversidade religiosa na região sudeste de Mato Grosso. Analisa a criação das diversas igrejas que se instalaram em Rondonópolis, a partir da década de 90, focando em dois tipos de igreja: uma transnacional, a Igreja Universal do Reino de Deus, e outra fundada na cidade, a igreja Sal da Terra.

Ganhador de edital da Fapemat, o livro foi coeditado pelas editoras Paulus de São Paulo e EdUfmt da Universidade Federal de Mato Grosso. 

O lançamento será dia 8 de abril na PUC/SP e nos dias 9 e 10 de abril o autor fará palestras seguidas do lançamento na Faculdade Paulus de Comunicação, no Centro Universitário Salesiano de São Paulo e no Instituto São Paulo de Estudos Superiores. Em Rondonópolis, o lançamento será no dia 23 de abril, no anfiteatro da UFMT.

O Autor


Adilson José Francisco é doutor em História pela PUC-SP, possui mestrado em Educação e graduado em Filosofia e Teologia. É autor do livro: Educação e Modernidade: os salesianos em Mato Grosso e de diversos artigos sobre religiosidades e culturas contemporâneas. É editor da Revista Coletâneas do Nosso Tempo e coordenador do grupo de Pesquisa Hisocult/Cnpq, além de responder pela seção de Cultura da UFMT/Rondonópolis.



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