Organização pela Segurança e Cooperação na Europa debate o aumento da intolerância contra os cristãos


Episcopado europeu denuncia a “discriminação disfarçada de tolerância laica”.

A Organização pela Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), que é formada por 57 países e tem sede em Viena, realizou nesta semana uma conferência internacional sobre a intolerância e a discriminação contra os cristãos em todo o mundo. 

Além dos países membros, participaram ONGs envolvidas na defesa dos direitos humanos e representantes do episcopado europeu. O pe. Michel Remery, vice-secretário geral do Conselho das Conferências Episcopais Europeias (CCEE), denunciou que os cristãos são atualmente o grupo religioso mais perseguido no planeta, tanto mediante a violência genocida (caso das comunidades cristãs vitimadas pelos grupos jihadistas, por exemplo) quanto mediante a restrição crescente de direitos nos países ocidentais. 

Ele mencionou agressões físicas, ataques contra lugares de culto, profanações de objetos e locais sagrados, manipulação midiática de pontos de vista cristãos, leis que atropelam o direito à objeção de consciência e sentenças judiciais contrárias à liberdade de expressão e de religião, que impedem os cristãos de viverem as suas crenças em público e os obrigam a restringir seus cultos e opiniões morais ao âmbito privado.

“A tolerância em favor de uns não deve levar à intolerância contra outros”, sublinhou a CCEE, questionando a incoerência daqueles que, “em nome da tolerância, são intolerantes com a religião”.

Durante o encontro, o sociólogo italiano Massimo Introvigne abordou a polêmica que envolve as sátiras à religião e que são defendidas como “liberdade de expressão”. 

Ele considera que “a liberdade de expressão e de arte é importante, mas não é ilimitada. Todos nós concordamos que filmes nazistas, como ‘Süss, o Judeu’, foram instrumentos da intolerância antissemita. O caso da revista Charlie Hebdo reacendeu esta questão: temos de condenar com veemência os terroristas assassinos, mas também temos que avaliar com imparcialidade se algumas caricaturas da revista não eram, elas mesmas, intolerantes”. 

Introvigne declarou que “estão enganados aqueles que acham que os crimes de ódio contra os cristãos acontecem somente na África e na Ásia. Eles acontecem também na Europa, onde as estatísticas demonstram que os crimes de ódio contra os cristãos crescem ano após ano”. 

O sociólogo enfatizou que o diálogo interreligioso e a relação de respeito entre a religião e o mundo laico é essencial para evitar a intolerância que gera a violência.




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