Casamento hetero é essencial para a criança, diz Vaticano – Por Vincenzo Pinto
O Vaticano voltou a
afirmar nesta terça-feira que o casamento heterossexual é "a
base indispensável para a formação integral da criança" no documento
preparatório do próximo Sínodo da Família.
O texto, conhecido como
"Instrumentum Laboris" ("Documento de Trabalho"), traz as
respostas das conferências episcopais de todo o mundo e que servirão para
preparar a 14ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos que será
realizada entre 4 e 25 de Outubro.
Um dos temas abordados é o da
adoção. Para o Vaticano é importante dar as crianças sem lar uma atenção
especial. "Sobre isso, foi destacada a importância de afirmar que a
educação de um filho deve se basear na diferença sexual, assim como na
procriação", ressalta o escrito.
O texto, apresentado hoje no
Vaticano, afirma que a educação e a procriação têm "seu fundamento no amor
conjugal entre um homem e uma mulher, que constitui a base indispensável para a
formação integral da criança". O Vaticano considera que "a realidade
da adoção deve ser valorizada e aprofundada, também no seio da teologia do
casamento e da família".
As discussões do Sínodo de Outubro serão guiadas por este documento, redigido com as respostas das
conferências episcopais ao questionário enviado pela Santa Sé e com o relatório
final do Sínodo Extraordinário de Outubro do ano passado. Articulado em três
partes, este relatório repassa outros temas do âmbito familiar, como o
homossexualismo, o aborto, a eutanásia, a viuvez e os casais de diferentes
credos.
Sobre os homossexuais, o texto
reitera o resultado do Sínodo Extraordinário, que considerou que "não
existe fundamento algum para assimilar ou estabelecer analogias entre as uniões
homossexuais" e as heterossexuais.
No entanto acrescenta como
novidade que "os homens e as mulheres com tendências homossexuais devem
ser amparados com respeito e delicadeza" e considera "desejável"
que os projetos pastorais dêem "atenção específica ao acompanhamento das
famílias" que contam com membros homossexuais.
Em relação a eutanásia e o
aborto, o Vaticano insiste em que "a vida é um presente de Deus e, por
isso, não pode ser descartada nem em seu começo nem no fim". "Ao contrário, é necessário
garantir a estas fases uma atenção especial. Hoje, muito facilmente, 'se
considera o ser humano como um bem de consumo que pode ser usado e jogado
fora'", diz o documento parafraseando a exortação apostólica do Papa
Francisco, Evangelii Gaudium (A alegria no Evangelho, de 2013). E acrescenta:
"É tarefa da família, apoiada por toda a sociedade, acolher a vida que
nasce e ocupar-se de sua última fase".
A viuvez, para os bispos, é
"uma experiência particularmente difícil para os que viveram o casamento
como um presente do Senhor" e, caso não contem mais com parentes,
"deverão ser apoiados pela comunidade cristã", sobretudo, "se
estiverem em condições de indigência".
O documento assinala que os
casamentos mistos, em questão de culto, apresentam aspectos "de difícil
solução" e diz que "seria preciso elaborar um código de boa conduta
de tal modo que nenhum cônjuge seja um obstáculo ao caminho da fé do outro".
"Alguns sugerem que os
casamentos mistos devem ser considerados casos de 'grave necessidade' nos quais
seja possível batizar fora da plena comunhão com a Igreja Católica",
acrescenta.
No texto se constata ainda a
existência de uma "mudança antropológica" na sociedade atual na qual
"os casamentos, religiosos ou não, diminuem enquanto o número de
separações e de divórcios aumenta".
Fonte: http://exame.abril.com.br
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