Livro religioso “não pode ser o parente pobre da literatura” - Por Ângela Roque (Portugal)
É uma das principais editoras
católicas do país e tem apostado nos autores portugueses. Nos 100 anos do
Instituto Missionário das Filhas de São Paulo, a directora da Paulinas Editora
falou à Renascença.
O Instituto Missionário das
Filhas de São Paulo celebra, esta segunda-feira, 100 anos. As irmãs Paulinas,
como são conhecidas, nasceram em Itália, mas só vieram para Portugal em meados
do século XX.
Têm por missão divulgar a mensagem e a palavra de Deus. Hoje, são
uma das principais editoras católicas no país e no mundo, com milhares de
livros publicados na área da religião, mas também da educação, psicologia e
literatura infanto-juvenil.
À frente da Paulinas Editora há já 32 anos, a irmã Eliete Duarte falou-nos da grande aposta que têm feito para que o livro religioso não se diferencie dos outros no sentido da sua apresentação gráfica:
À frente da Paulinas Editora há já 32 anos, a irmã Eliete Duarte falou-nos da grande aposta que têm feito para que o livro religioso não se diferencie dos outros no sentido da sua apresentação gráfica:
"O livro religioso não pode
ser o parente pobre da literatura, que a pessoa quase tem que ler às
escondidas, porque tem vergonha de ter o livro na mão. Tem de ser um livro
bonito, bem apresentado. Tão bonito ou mais bonito do que outros, porque a
religião é uma coisa bela". O preconceito "já se está a ultrapassar,
graças a Deus”" afirma.
A irmã Eliete explica que a escolha do que vão publicar é feita com base nas linhas editoriais que têm definidas: "Há muitos livros que somos nós que vamos à procura deles para editar, como bíblias, liturgia, catequese. Mas também há autores que somos nós que os procuramos e incentivamos a escrever".
A responsável da Paulinas Editora fala com orgulho na aposta que tem sido feita nos autores nacionais: "Há mais de 20 anos que esse é um objectivo do nosso programa editorial e, neste momento, já temos um bom número de autores portugueses. E já acontece serem eles a procurar-nos, e não o contrário".
Na editora e na distribuidora da Paulinas não há mãos a medir. Há sempre encomendas a sair para todo o mercado nacional, mas também para África. Mas como é que se explica que haja sempre tantos livros novos na área da religião?
A irmã Eliete explica que a escolha do que vão publicar é feita com base nas linhas editoriais que têm definidas: "Há muitos livros que somos nós que vamos à procura deles para editar, como bíblias, liturgia, catequese. Mas também há autores que somos nós que os procuramos e incentivamos a escrever".
A responsável da Paulinas Editora fala com orgulho na aposta que tem sido feita nos autores nacionais: "Há mais de 20 anos que esse é um objectivo do nosso programa editorial e, neste momento, já temos um bom número de autores portugueses. E já acontece serem eles a procurar-nos, e não o contrário".
Na editora e na distribuidora da Paulinas não há mãos a medir. Há sempre encomendas a sair para todo o mercado nacional, mas também para África. Mas como é que se explica que haja sempre tantos livros novos na área da religião?
"Com a crise, as pessoas viram-se mais para o religioso, até porque não
têm líderes na sociedade, estão desencantadas, procuram uma âncora na sua
vida".
Francisco vende
Francisco vende
Talvez seja também por isso que tudo o que é publicado sobre o Papa Francisco tenha tanta saída: "Ele veio preencher uma lacuna e é uma figura incontornável para católicos e não católicos". Eliete Duarte conta mesmo que, depois de ter decidido que só publicaria dois ou três livros sobre o novo Papa, teve de voltar atrás e publicar muitos mais, porque percebeu que "o fenómeno era completamente diferente do habitual”. Hoje, há interesse por tudo o que o Papa já escreveu e por tudo o que se escreve sobre o Papa.
A Feira do Livro de Lisboa é sempre uma "boa montra" do trabalho que fazem e, na edição deste ano, a Paulinas voltou a apostar na diversificação das actividades. Organizou três debates e houve vários lançamentos com autores: "Só sessões de autógrafos acho que tivemos umas 18", sublinha.
Para a irmã Eliete, a feira é uma oportunidade de convívio com o público, com quem já conhece a editora e com quem descobre pela primeira vez, sendo também isso uma forma de evangelização:
"Nós não levamos nenhuma tarjeta a
dizer 'Eu sou religiosa', 'Eu sou católica'. Temos de marcar a diferença pelo
nosso trabalho. E é isso que me dá um gozo muito grande", diz.
"Estamos ali, no meio de toda a gente, sem distinção, e marcamos a
diferença pelo conteúdo daquilo que apresentamos."
52 anos de presença em Portugal , com o Porto à frente
52 anos de presença em Portugal , com o Porto à frente
As irmãs Paulinas estão em Portugal desde 1952: "Chegámos primeiro ao Porto, porque em Lisboa tiveram medo que morrêssemos à fome. Era uma coisa nova, tiveram medo que não conseguissemos sustentar-nos".
Hoje, as
Paulinas têm comunidades nestas duas cidades e também em Faro e no
Funchal, a que se juntam livrarias em Portalegre e Setúbal. A congregação tem cerca de 2.400 irmãs em todo o mundo. Em Portugal, são apenas
24, mas a irmã Eliete desdramatiza:
"Gostaríamos que alguém continuasse o
nosso trabalho, que quisesse seguir o nosso apostolado e o nosso carisma, mas o
projecto é de Deus, não é nosso, e tenho de viver nessa confiança de que Deus
não vai faltar nunca com vocações para a sua Igreja".
Eliete Duarte recorda ainda as fortes comunidades que têm África, Luanda, Maputo e Joanesburgo, por exemplo, no aumento das vocações na Índia, na Coreia e nas Filipinas, e na colaboração crescente com os leigos:
Eliete Duarte recorda ainda as fortes comunidades que têm África, Luanda, Maputo e Joanesburgo, por exemplo, no aumento das vocações na Índia, na Coreia e nas Filipinas, e na colaboração crescente com os leigos:
"Temos leigos fabulosos que trabalham muito melhor que nós e nos ajudam a
levar para a frente esta missão". Esta é uma ajuda preciosa, por exemplo,
no plano das novas tecnologias que já permitiu à Paulinas Editora abrir uma
livraria online.
Na reportagem alargada, emitida no domingo no programa Princípio e Fim, da Renascença, fez-se uma visita guiada ao edifício sede das Paulinas, onde funciona a editora, a distribuidora e armazém, e uma das suas principais livrarias. Fica na zona industrial do Prior Velho, no concelho de Loures.
Na reportagem alargada, emitida no domingo no programa Princípio e Fim, da Renascença, fez-se uma visita guiada ao edifício sede das Paulinas, onde funciona a editora, a distribuidora e armazém, e uma das suas principais livrarias. Fica na zona industrial do Prior Velho, no concelho de Loures.
Fonte: http://rr.sapo.pt
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