STF debate religião em escolas públicas
Mais de 220 instituições estão
inscritas para participar da audiência pública
O Supremo Tribunal Federal (STF)
discutirá, hoje, segunda-feira (15/06), como ensinar religião nas escolas
públicas sem ferir o Estado laico. Para a audiência pública estão inscritas 227
instituições.
Relator da ação movida pela
Procuradoria-Geral da República (PGR), que considera inconstitucional o ensino
confessional (em que alunos aprendem fundamentos com professores ligados a
determinada religião), o ministro Luís Roberto Barroso ouvirá 31 instituições
religiosas, de educação, direitos humanos e pesquisa. Os demais inscritos
enviaram contribuições por escrito.
A Ação Direta de
Inconstitucionalidade foi proposta em 2010 pela então vice-procuradora geral da
República, Deborah Duprat, para quem, na rede pública, devem ser ministradas
apenas aulas de religião não confessionais, ‘sem qualquer tomada de partido por
parte dos educadores'.
Ela sustenta que a
laicidade do Estado brasileiro exige neutralidade em relação às diferentes
religiões. Argumenta que as aulas centradas nos aspectos históricos livram o
Estado ‘de influências provenientes do campo religioso'.
Representante da Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) na audiência pública, o ex-deputado
Antonio Carlos Biscaia defenderá o ensino religioso na rede pública, incluindo
confessional.
‘Não ofende a laicidade, o Estado
não é antirreligioso nem ateu. O ensino religioso é facultativo e tem previsão
constitucional', afirma. Segundo ele, o modelo confessional ‘ensina os
princípios da religião, é diferente da catequese, que é a preparação para os
sacramentos'.
Para o ex-deputado, denúncias de
alunos que são obrigados a assistir às aulas de uma religião diferente daquela
que professam e discriminação de estudantes de religiões de origem africana são
problemas que precisam ser resolvidos pelo poder público, mas não justificam o
fim das turmas.
Esse ensino de religião está
previsto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e em acordo do
Brasil com a Santa Sé firmado em 2010. Os dois textos falam em ensino
facultativo e de múltiplas confissões religiosas.
Fonte: http://www.midianews.com.br
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