Feriado de N. S. da Conceição celebra união entre religiões em SE
Sincretismo une Candomblé e
Igreja Católica em uma mesma festa.
A fé e o sincretismo vão unir
duas religiões durante a lavagem das escadarias da Catedral Metropolitana de
Aracaju (SE) no feriado deste sábado (08) dia da padroeira da capital sergipana,
Nossa Senhora da Conceição. A Igreja Católica e religiões africanas se unem em
uma mesma comemoração em homenagem à santa.
Adorada pelos católicos e
reverenciada pelos adeptos do Candomblé e Umbanda, religiões afro-brasileiras,
no sincretismo religioso Nossa Senhora da Conceição é Oxum, orixá das águas
doces. Em Aracaju, a mistura de crenças marca a devoção que é colocada em
prática durante a lavagem com água de cheiro das escadarias da Igreja
Metropolitana.
No Catolicismo, Nossa Senhora da
Conceição é uma das manifestações católicas da Virgem Maria, mãe de Jesus, já
no Candomblé ela é representada como uma negra e usa roupas africanas.
Fé que une religiões
Devota da padroeira de Aracaju
desde pequena, quando dona Josefa Bezerra teve seu primeiro filho não teve
dúvida, o ofereceu para que a santa fosse sua madrinha. O padre Carlos Augusto
Teles explica esse antigo ritual da Igreja Católica.
“Adotando Nossa Senhora da
Conceição como madrinha, a criança vai ter a proteção do Céu. Mas ele também
precisa ter uma testemunha aqui na terra, de forma presente e real, que no caso
vai ser a mãe. A criança é consagrada a santa, mas fica aos cuidados da mãe
terrestre”, explica o líder espiritual.
A yalorixá Maria Angélica de
Oliveira, que é uma sacerdotisa e chefe de um terreiro de Candomblé, diz que há
uma aproximação entre as duas religiões por meio da santa. “Oxum veio para o
Brasil na época do trafico negreiro e Nossa Senhora da Conceição na época
jesuítica. A mesma figura representativa só que de formas diferentes. Amanhã
vamos cultuá-la juntos”, pontua.
“A fé é o elemento motivador e de
união das duas religiões. São praticas diferentes que se unem pelo fato das
pessoas acreditarem na divindade daquele orixá ou daquela santa”, finaliza o
sociólogo Josadac Bezerra.
Fonte: http://g1.globo.com
Comentários