Sinais de paz e partilha entre budistas e cristãos – Por Álvaro Pacheco
Os budistas
celebram sexta-feira, 17 de maio, o aniversário do nascimento do Buda. Num
contexto social dominado pelas tensões entre norte e sul, a mensagem que o
arcebispo de Seul, André Yeom Soo-jung, enviou aos líderes budistas é um
convite a que as religiões sejam um «sinal de paz e reconciliação» nesta
península dividida.
É já costume que os líderes católicos, desde bispos a párocos, felicitem os budistas pelo nascimento do Buda, até porque estes fazem o mesmo aquando do 25 de dezembro, felicitando os cristãos pelo nascimento de Cristo.
Este gesto
exprime não só cordialidade, como a vontade de criar união entre as comunidades
religiosas mais expressivas e ativas no país, para além da comunidade
protestante.
Na sua mensagem, o arcebispo de Seul faz um apelo para que as religiões sejam
sinais de paz, partilha e misericórdia no seio da sociedade. Dirigindo-se aos
«estimados amigos budistas», o prelado faz notar que «a sociedade está repleta
de conflitos e divisões, em parte causadas pelo consumismo e materialismo
desenfreados, pelo crescimento do ateísmo e pela falta de valores morais».
Diz
ele: «Acredito que nestes momentos o nosso papel de pessoas de fé é muito
importante. Para nós, o mais importante é a espiritualidade da partilha, da
misericórdia e do amor. Devemos levar por diante atividades e outros atos de
amor que sejam visíveis para todos e tornarmo-nos no maior sinal de paz para o
mundo.»
O arcebispo prossegue, afirmando que «a harmoniosa coexistência entre budismo e catolicismo é um grande modelo de paz para todos os que se encontram em situação de conflito. Devemos continuar a trabalhar árdua e fervorosamente. Esta importante celebração budista é também uma boa oportunidade para refletirmos sobre a vida e ensinamentos do buda. Rezo para que a espiritualidade budista do amor e partilha possam penetrar cada vez mais a base da nossa sociedade.»
De facto, a Coreia é conhecida como um dos modelos de coexistência pacífica entre religiões, se bem que a maior parte das igrejas e seitas protestantes não comungam desta harmoniosa relação. Ao mesmo tempo, a presença do Islão é muito reduzida, sendo quase todos os seus fiéis estrangeiros que residem e trabalham aqui na Coreia.
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