Moda, arte e religião se entrelaçam – Por Caroline Demolin
Quando se olha para um assunto de
maneira isolada perde-se grande parte do conteúdo que está intrínseco à
questão, e acaba-se perdendo a origem das referências, o processo como um todo,
dando a sensação de se tratar apenas um mero fato isolado.
Enquanto o assunto de grande
repercussão mundial estava em pauta na mídia que foi a abdicação do Papa Bento
XVI e a eleição do novo governante da Igreja Católica, o Papa Francisco, a
grife italiana Dolce & Gabbana desfilava em Milão sua coleção Inverno 2013.
Os estilistas Domenico Dolce e Stefano Gabbana que sempre enaltecem sua origem italiana nas suas criações dando essa mesma identidade à marca, levaram para as passarelas do inverno toda a riqueza dos mosaicos bizantinos através de estampas e bordados extremamente elaborados. Luxo puro!
Essa técnica milenar, que
consiste na composição de desenhos através da colagem de pequenos fragmentos de
materiais diversos como pequenos pedaços de pedras, mármore, granito, pedras
semipreciosas, pastilhas de vidro, seixos e outros com o objetivo de revestir
superfícies como pisos e paredes, data de aproximadamente 3500 a.C.
Os primeiros mosaicos foram
encontrados na Mesopotâmia, mas várias civilizações e culturas diferentes
fizeram uso desse processo na construção de elementos decorativos muitas vezes
ligados a questões religiosas.
É muito curioso observar como
cada artista confere um toque peculiar sobre um mesmo método construtivo. Dolce
& Gabbana resgataram o mosaico através da planificação das imagens nas
peças de roupa.
A artista plástica Irina Charny
revitalizou essa técnica com sua obra. De nacionalidade russa, Irina vive nos
Estados Unidos e, desde criança, demonstrou sua aptidão inata para a arte. Ela criava seus desenhos unindo
pedaços de materiais encontrados nas ruas, sem ter ainda consciência que estava
trabalhando a técnica dos mosaicos.
Mais tarde, Irina se tornou
autodidata em mosaicos, e nessa técnica a artista encontrou sua autoexpressão
através do uso de cores e a incorporação de materiais inusitados para a
técnica, como pedaços de espelhos, de pratos quebrados, de cerâmica, botões,
fios e tantos outros que ela encontre pelo seu caminho e veja um algo a mais.
Fonte: http://www.odebate.com.br
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