Mulheres na Igreja Anglicana – Por Ivan Santos


O Sínodo Geral da Igreja Anglicana publicou, na semana passada, um plano de ação para consagrar bispos do sexo feminino a partir de 2015. 

Foi uma decisão difícil, discutida arduamente nos últimos 20 anos, mas que, certamente, terá grande influência no seio da Igreja Católica que no século é o ventre de onde nasceu a Igreja da Inglaterra.

A publicação foi revelada na Grã Bretanha na última sexta-feira. A Igreja Anglicana ordena sacerdote-mulher desde 1994, mas até agora se negou a ordenar bispas. Sally Hitchiner, 32 anos, foi ordenada sacerdote por um bispo auxiliar de Londres, em uma igreja simples, após ter sido ordenada diaconisa, um ano antes, na catedral de São Paulo, em Londres, mas nunca se conformou com a negação para a consagração de bispas.

Antes da ordenação das primeiras mulheres, o assunto foi discutido com intensidade em todo o mundo cristão inglês. Katie Tupling, de 37 anos, é vigária de três paróquias próximas da cidade de Derby (norte da Inglaterra) e disse, recentemente, a jornalistas em Londres que nunca teve problemas com os fiéis. Há 20 anos na Inglaterra, entre os anglicanos, a discussão mais acalorada segue em torno do cabelo das vigárias.

Uma corrente entende que todas elas devem usar cabelos curtos; outra diz que os cabelos delas devem ser compridos e outra, é indiferente ao tamanho do cabelo. A decisão de ordenar mulheres bispas não será pacífica em algumas regiões da Inglaterra, principalmente no norte. Nessa região, a maioria das paróquias anglicanas se opõe à ordenação de mulheres sacerdotes porque muitos fiéis acreditam que “mulheres não recebem a graça do Espírito Santo”.

Os humoristas ingleses defendem ardorosamente a sagração de bispas na Igreja Anglicana porque a decisão do clero poderá, na visão deles, se tornar uma excentricidade oficialmente reconhecida por fiéis e pelo movimento feminista inglês, sem pretensões de fazer parte do núcleo central da doutrina da Igreja.

As mulheres que exercem o sacerdócio na Igreja da Inglaterra argumentam que a ação delas é movida por preocupações teológicas e não por modismos seculares, como as acusam os conservadores que desejam ver a Igreja como território exclusivo de homens.


Se uma luta semelhante a essa agitar a Santa Madre de Roma, as feministas do Brasil poderão entrar em batalhas pela igualdade. E com muita razão.




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