Meta é separar a candidata da religião - Por Marcelo Fontes
Em Ribeirão Preto, Marina Silva
voltou a afirmar que opção religiosa não terá interferência em possível governo.
A candidata à Presidência da
República, Marina Silva (PSB), e o vice da chapa, Beto Albuquerque (PSB),
realizaram uma roda de bate-papo ontem em Ribeirão Preto. No discurso, ela
tentou separar a religiosa da política, alfinetou a campanha à reeleição da
presidente Dilma Rousseff (PT) e ressaltou a Rede, partido que ela pretende
criar.
Como atendeu a imprensa na
Fenasucro, em Sertãozinho, a candidata buscou o diálogo com os apoiadores em
Ribeirão Preto e evitou os repórteres. O evento foi realizado em um hotel na
zona Oeste da cidade com a participação de aproximadamente 200 pessoas.
Bate-papo
Durante a conversa, Marina Silva
foi indagada sobre questões religiosas, ela é assumidamente seguidora da
igreja evangélica. A candidata foi perguntada qual seria a postura dela em
relação ao casamento homossexual e no trato com as outras religiões.
“A Constituição brasileira
garante os direitos de quem crê e de quem não crê. Já a união das pessoas de
mesmo sexo já foi resolvida pela Justiça”, explicou Marina. “Mas também é
preciso respeitar a liberdade religiosa”, completou ela, afirmando que caso
seja eleita o governo não vai interferir na liberdade religiosa, mantendo uma
País Laico (ausência de qualquer obrigação de caráter religioso nas
instituições governamentais).
A candidata também garantiu que,
se eleita, vai implementar o Código Florestal. “Durante a tramitação do Código
o desmatamento caiu 80%, mas agora voltou a subir 30%. Por isso é preciso
colocá-lo em prática imediatamente”, falou.
Ela encerrou o discurso afirmando
que vai melhorar a estabilidade da economia e incrementar os programas sociais,
que são a marca do atual governo.
Dilma recebe ‘alfinetada’
Mesmo alegando que vai ao debate
e não ao embate durante a eleição, a candidata Marina Silva (PSB) não perdeu a
oportunidade de alfinetar o PT da candidata à reeleição Dilma Rousseff. “O
programa dela tem 11 minutos. É um curta metragem”, falou. “Eu queria viver na
propaganda da Dilma. Lá tudo é perfeito e está dando tudo certo”, acrescentou
Marina.
De acordo com a ex-senadora,
Dilma esquece de mencionar os problemas no atendimento de saúde pública, a
inflação perto do teto e o crescimento do País abaixo da meta. “É preciso ver
como está o Brasil fora das lentes dos marqueteiros do PT”, seguiu Marina.
Segundo a última pesquisa Ibope,
Marina venceria Dilma em um possível segundo turno por 43,7% a 37,8%.
Vice
O gaúcho Beto Albuquerque (PSB),
que assumiu o posto de vice na chapa encabeçada por Marina, criticou o
continuísmo na político. Albuquerque, porém, é deputado federal desde 1999, está no quarto mandato.
Ação barrou a formação Rede
Sustentável
Marina Silva não poupou críticas
a barração da criação da Rede Sustentável, partido que idealizou após a saída
do PV (Partido Verde). “A criação da Rede Sustentável foi vítima de uma ação
política”, criticou.
“Como nós criamos o PT (Partido
dos Trabalhadores) lá no início da democracia não imaginei que tanto tempo
depois a criação de um novo partido fosse ser barrada desta forma”, disparou.
A candidata mantém o ideal de
criar o novo partido, mas garantiu que a filiação ao PSB (Partido Socialista
Brasileiro) foi por afinidade. “Eu apresentei os ideais da Rede ao Eduardo
Campos (ex-presidente do PSB, morto no dia 13 de agosto) e ele topou quase
tudo”, relembrou.
Marina também lembrou que o PSB
de Eduardo Campos foi o único partido que protestou quando a Rede foi barrada.
“Mesmo sabendo que eu poderia ser uma adversária na eleição o Eduardo me
ajudou. Ele fez isso porque entendia que novos caminhos para a política são
necessários”, resumiu.
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