Número de candidatos pastores evangélicos aumenta 70%
O número de candidatos que se
declararam pastores nas eleições deste ano aumentou 70% em relação à disputa de
2010.
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 276 candidatos
incluíram a identificação de pastor nos nomes que aparecem nas urnas, a maioria
busca uma cadeira como deputado estadual ou federal.
O Rio de Janeiro é o segundo estado com o
maior número de candidatos que se identificam como pastores: são 36, um a menos
do que São Paulo, que tem 37. No Rio de Janeiro, o aumento foi de 125% em quatro anos.
O aumento de líderes evangélicos
candidatos tem provocado disputas internadas pelo voto dos fiéis, que
representam 22% da população brasileira, segundo o Censo 2010 do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Nas eleições proporcionais, há
briga entre eles e o voto se pulveriza, se divide entre os vários postulantes.
Apesar de terem uma identidade religiosa, eles são diferentes. A mistura entre
o púlpito e o palanque é um problema, porque leva para dentro da igreja uma
divisão que está fora dela", explicou o cientista político Cesar Romero Jacob,
da PUC, que estuda o papel das igrejas nas eleições. “Já nas disputas por
cargos majoritários, evangélicos pentecostais, como os fiéis da Assembleia de
Deus e da Universal, votam nos irmãos”.
‘Evangélicos esquerdistas’
Candidato pelo PSC, Pastor
Everaldo é o primeiro postulante à Presidência a usar o nome “pastor” nas
urnas. Ele afirma que a escolha não foi planejada:
“Não incluí o pastor na urna. Sou
pastor, não posso esconder isso. É assim que sou conhecido”, disse Everaldo,
que, segundo as pesquisas, tem 3% das intenções de voto. “Sou neto de pastor,
filho de pastor. Tenho orgulho de ser pastor”.
Em vídeo postado na internet, o
pastor Marco Feliciano, candidato à reeleição à Câmara dos Deputados do partido
do Pastor Everaldo, ataca o PT e também evangélicos que apoiam a presidente
Dilma Rousseff, candidata à reeleição:
“Eles não comungam do nosso
pensamento. Acham que os que primam pela família, que são contra as drogas e o
aborto, promovem o retrocesso. Quem nos chama de retrocesso são esses
evangélicos esquerdistas, que apoiam o que o PT promove. Não caia no conto
deles. A maioria dos evangélicos que apoiam esses líderes recebeu uma fortuna
para isso”.
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