Ataque ao Charlie Hebdo impulsiona islamofobia na Europa
Movimento anti-islâmico na
Alemanha juntou milhares de manifestantes nas principais cidades do país.
Após o ataque à sede da revista
francesa Charlie Hebdo, que deixou 12 mortos na quarta-feira (07/01), diversas
mesquitas pela França sofreram atentados com bombas e disparos. Enquanto
população se manifesta contra o massacre, políticos da direita instrumentalizam
atentado para justificar suas políticas xenofóbicas.
França
Em Villefranche-sur-Saône, uma
bomba explodiu por volta das 6h da quinta-feira (08/01) em uma Kebaberia,
ao lado de uma mesquita, sem deixar vítimas. Em Le Mans, tiros foram disparados
e uma granada de efeito moral foi lançada para dentro da mesquita, sem causar
grandes danos. Outra mesquita, em Port-la-Nouvelle, também foi atacada a tiros.
Le Pen
Logo após o atentado, a líder do
Frente Nacional, partido francês de extrema-direita, Marine Le Pen, deu uma
declaração afirmando que o partido esteve no caminho correto ao combater o
fundamentalismo islâmico, que estaria profundamente “infiltrado” na sociedade
francesa.
“A recusa absoluta do fundamentalismo islâmico deve ser proclamada em
alto e bom som, por todos”, afirmou.
A ex-candidata à presidência do país
aproveitou para defender a realização de um referendo pela volta da pena de
morte, como modo de coibir novos atentados.
Alemanha
Os atentados devem aumentar a tensão contra mulçumanos e árabes na Alemanha, onde um novo movimento, intitulado Europeus Patriotas contra Islamização do Ocidente (Pegida, em alemão), conseguiu reunir 18 mil pessoas em Dresden, capital da Saxônia.
Os atentados devem aumentar a tensão contra mulçumanos e árabes na Alemanha, onde um novo movimento, intitulado Europeus Patriotas contra Islamização do Ocidente (Pegida, em alemão), conseguiu reunir 18 mil pessoas em Dresden, capital da Saxônia.
Na França, Le Pen elogiou o movimento dizendo que se coloca
em pauta debate importante para a Europa. Em menos de 3 meses, o Pegida
conseguiu criar filiais em diversos países da Europa e não para de crescer.
Inglaterra
Nigel Farage, líder do partido
conservador britânico Ukip, repetiu o tom belicoso do discurso de Le Pen e disse
que o atentado é o resultado da existência de uma “quinta coluna" vivendo
na Europa.
"Nós temos pessoas, vivendo nesses países, com nossos
passaportes em mãos, que nos odeiam”, afirmou ele, em clara referência à
imigração da população árabe. Segundo ele, o atentado mostra como falhou o
multiculturalismo na Europa.
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