Ano Brasil Portugal: Ana de Hollanda exalta projeção cultural brasileira – Por Luciano Pádua
Nesta terça-feira (17), a
ministra da Cultura, Ana de Hollanda, participou no Rio de Janeiro do
lançamento da programação do Ano Brasil Portugal, no Consulado-Geral de
Portugal, e considerou que a iniciativa dará maior projeção ao Brasil e
fortalecerá sua imagem no exterior.
Segundo ela, a extensão do programa de
atividades, que vão desde exposições fotográficas a concertos musicais,
estreitará os laços culturais e de economia criativa entre os países.
“Existe inegável trânsito cultural
contribuindo para o fortalecimento do relacionamento e da economia criativa
luso-brasileira”, afirmou. “Espero que a iniciativa promova nossas indústrias
culturais, dando novo alento à cooperação entre Brasil e Portugal”, disse,
citando outras celebrações da cultura brasileira em países como França,
Alemanha, Bélgica, Holanda, entre outros.
A ministra também se declarou
emocionada com presença de artistas no lançamento, entre eles as veteranas
atrizes Bibi Ferreira e Marília Pêra. Mas, Ana fugiu deixou sem resposta o
jornalista que lhe questionou se estas presenças também significavam apoio a
seu mandato no Ministério da Cultura (MinC). Ela sorriu, sem que se entendesse
o que falou em voz baixa.
O presidente da Fundação Nacional
das Artes (Funarte), Antonio Grassi, apresentou a extensa programação das
atividades preparadas pelo Brasil.
O Ano do Brasil em Portugal se inicia no
próximo 7 de setembro, data da independência brasileira, e se encerra em 10 de
junho de 2013, no Dia de Portugal, comemorado na data da morte do poeta Luís de
Camões.
Crise X pujança?
O governo brasileiro investirá
diretamente no evento. As previsões iniciais são de R$ 7 milhões até o
final do ano, nada impedindo um aumento neste valor. O MinC destinará R$ 3
milhões, a Funarte outros R$ 3 milhões e o Ministério de Relações Exteriores,
R$ 1 milhão.
Segundo Grassi, ainda se negocia o valor do patrocínio
da Empresa Brasileira de Turismo (Embratur), que deve girar em torno de R$ 7
milhões. O presidente da Funarte acredita que a cifra até o momento é
animadora, mas espera mais aportes externos.
“O que espero, e quero, é que (o
orçamento) seja muito maior. O ideal seria com recursos próprios por volta de
R$ 14 milhões, e aportes externos de aproximadamente R$ 10 milhões. Com cerca
de R$ 25 milhões poderíamos fazer uma programação de um ano em um bom nível”,
disse ao Jornal do Brasil.
Grassi informou que a expectativa
é poder ter um olhar mais abrangente da produção artísticas nas diversas
regiões brasileiras. Ele também revelou que nos espaços abertos a entrada será
gratuita e, quando for necessário pagar, o preço será “muito popular”. “Nada
que seja mais do que 10 euros”, advertiu.
O site do Ano do Brasil
em Portugal, de acordo com a Funarte, ficará pronto na próxima semana e disporá
toda a programação - e suas atualizações. O MinC lançará, nos próximos dias,
edital para receber projetos de grupos brasileiros de arte, como o circo, a
dança e o teatro entre outros.
Diferentemente do que ocorrerá
com a exposição brasileira no país luso, o comissário de Portugal no Brasil,
Miguel Horta e Costa, revelou que as exposições culturais portuguesas por aqui
serão patrocinadas exclusivamente por empresas privadas. Recentemente, o
Ministério da Cultura português foi transformado em Secretaria de Estado,
reduzindo sua importância política.
Horta e Costa destacou que o
objetivo do Ano de Portugal no Brasil é atualizar a imagem que temos deles por
aqui. Segundo ele, o evento pode funcionar como “uma via natural de internacionalização
das pequenas e médias empresas portuguesas”. O comissário ressaltou que o
programa é aberto à sociedade civil e já recebeu mais de 400 candidaturas.
Apesar da modesta contribuição
cultural, a grande aposta da comissão portuguesa é uma partida de futebol entre
as seleções dos dois países, sem data confirmada, mas que deve ocorrer em
2013.
Representando o ministro das
Relações Exteriores, Antonio Patriota, o embaixador Hadil Fontes da Rocha
Vianna salientou que o evento foi decidido em nível presidencial, em
2010.
"O programa deve refletir o
relacionamento fraternal entre Brasil e Portugal, mantendo o foco da
contemporaneidade", discursou. "Espero que seja ocasião para que os
brasileiros possam estreitar os laços com Portugal".
Fonte: http://www.jb.com.br
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