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Mostrando postagens de março 11, 2013

10 anos da rede nacional de religiões afro-brasileiras e saúde - Por Stella Maris

A Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde é uma instância de articulação da sociedade civil que envolve adeptos da tradição religiosa afro-brasileira, gestores e profissionais de saúde, integrantes de organizações não governamentais, pesquisadores e lideranças do movimento negro, visando a promoção da saúde da população dos terreiros e do entorno. Criada em São Luís do Maranhão , durante a realização do II Seminário Nacional Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (2003) , a Rede tem como objetivos:  - lutar pelo direito humano à saúde;  - valorizar e potencializar o saber dos terreiros em relação à saúde e o reconhecimento destes como espaços promotores de saúde;  - monitorar e intervir nas políticas públicas de saúde, exercendo o controle social;  - combater o racismo, o sexismo, a homofobia, lesbofobia e todas as formas de intolerâncias;  - legitimar as lideranças de terreiros como detentores de saberes e poderes para exigir das autoridades locais um atendi

Até Jesus renunciaria – Por Gianni Carta

Professor da Universidade de Turim , onde ensina Filosofia Teórica e Hermenêutica, Gianni Vattimo foi eleito deputado europeu várias vezes e integra a legenda Italia dei Valori.  Ávido leitor de Nietzsche e Gramsci, o filósofo diz que, diante dos fatos, até Jesus Cristo renunciaria e afirma sobre a renúncia de Ratzinger:  “Nunca é tarde para um homem tomar uma atitude revolucionária”. Carta Capital: O senhor considera a renúncia do papa um affair italiano. Por quê? Gianni Vattimo: Várias questões com algum impacto na decisão da renúncia do papa são italianas. Os vazamentos de documentos papais, o caso conhecido como VatiLeaks, a envolver temas como a opacidade do IOR (Instituto para as Obras de Religião, o Banco do Vaticano) têm raízes em Roma. Ademais, o affair ocorreu na Itália. CC: De que forma a política do Vaticano influenciou a atual crise italiana? GV: A ingerência vaticana na política italiana corrompeu a atuação da Democracia Cristã (DC), legenda que

Escolas empobrecidas: sem História nem Geografia – Por Maria Amélia Santoro Franco e Valéria Belletati

A escola vive uma profunda crise de legitimidade. O mundo mudou, ficou complexo, novas demandas surgiram. Os estudantes na escola também são outros, diversos na origem e nos interesses.  Os professores carecem de condições para um trabalho digno. A sociedade alterou suas expectativas referentes à escola e, assim, criou-se um complicado jogo de múltiplas contradições e, para essa complexidade, não cabem respostas e políticas simplistas. Afinal, para que a escola existe? Para formar adequadamente as gerações futuras ou para preparar os estudantes para avaliações externas como Enem, Saresp, Prova Brasil, Pisa etc.? A que se destinariam os conhecimentos? Deveriam eles compor um mosaico para criar curiosidades, desejos e perguntas nos estudantes ou só serviriam para produzir informações para uso em testes de avaliação? Nós, pesquisadoras de educação, ficamos mais uma vez perplexas ao nos depararmos com a nova proposta curricular do ensino público do Estado de São Paulo .

O que as religiões explicam sobre a morte – Por Raphaela de C. Mello

As religiões ajudam o homem a enfrentar inquietações para as quais a ciência não tem respostas ainda ou para as quais as repostas da ciência não são suficientes. A morte de um ente querido é uma das piores dores que um ser humano pode sentir.  Vivenciar o luto é imprescindível para suportar tanto sofrimento e fazer ressurgir um novo viver, como a terapeuta Adriana Thomaz, especializada no assunto, explica na entrevista sobre o luto, publicada na revista: Bons Fluidos . Abaixo, uma análise do que dizem as religiões sobre a morte e como cada uma delas pode ajudar a superar esse momento. Budismo Vida e morte são uma unidade, não se separam. Tudo, a cada instante, está nascendo e morrendo e logo não há nascimento a ser desejado nem morte a ser rejeitada. Dentro do quadro imenso do universo, os seres estão em movimento e cada um carrega uma personalidade perecível. O budismo nega o eu eterno. Os seres morrem e renascem abandonando a ideia do que foram. Buda dizia que o cor

O colapso de sua teologia: razão maior da renúncia de Bento XVI? – Por Leonardo Boff *

É sempre arriscado nomear um teólogo para a função de papa. Ele pode fazer de sua teologia particular a teologia universal da Igreja e impô-la a todo o mundo.  Suspeito que esse foi o caso de Bento XVI, primeiramente enquanto cardeal, nomeado prefeito da Congregação da Doutrina da Fé (ex-Inquisição), e depois papa.  Tal fato não goza de legitimidade e se transforma em fonte de condenações injustas. Efetivamente, condenou mais de cem teólogos e teólogas por não se enquadrarem em sua leitura teológica da Igreja e do mundo. Razões de saúde e o sentimento de impotência face à gravidade da crise na Igreja o levaram a renunciar. Mas não só. No texto de sua renúncia dá conta da “diminuição de vigor do corpo e do espírito” e de “sua incapacidade” de enfrentar as questões que dificultavam o exercício de sua missão. Por detrás desta formulação, estimo que se oculta a razão mais profunda de sua renúncia: a percepção do colapso de sua teologia e do fracasso do modelo de Igreja que