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Mostrando postagens de março 4, 2016

Religião e ciência: a tarefa diplomática que resta – por Guilherme de Carvalho

Entre as tantas metáforas para o diálogo entre religião e ciência, como as de “dois livros” , “olhos e pernas” ou “pontes” , a imagem da “embaixada” chama a atenção para a incontornável dimensão política da tarefa. Mas é necessário? Não faltarão vozes para questionar a viabilidade de tal “diplomacia” ; alega-se que religião e ciência seriam discursos intrinsecamente independentes, como defendeu Stephen Jay Gould com sua tese dos “magistérios não interferentes” ; ou que a religião seria mera ilusão com a qual não deveríamos perder tempo, exceto em refutações. Mas as pessoas comuns continuam “perdendo tempo” com a religião, no entanto, e promovendo interferências entre esses dois magistérios, tanto quanto sempre o fizeram. Em:  Os usos sociais da ciência , Pierre Bourdieu recorre à sua noção de “campo social”, como um universo ou mundo social envolvendo agentes, instituições e capitais próprios, e que obedecem a leis sociais específicas, para explicar socialmente a ciência