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Mostrando postagens de setembro 15, 2014

O desterro da teologia – Por Frei Bento Domingues

Agradecendo a hospitalidade do Público, retomo estas crónicas, de registo teológico, marcadas pelas vicissitudes do Evangelho no tempo, nos labirintos da história.  Calcula-se que os seres humanos, como animais diferentes, dotados de autoconsciência, de capacidade ética e estética, de linguagem simbólica e abstracta, surgiram muito tarde, num universo com 13 biliões de anos. Ao contrário dos outros animais, manifestaram-se não apenas com espírito crítico, vigilante, mas como seres religiosos, rebeldes contra o destino, pouco adaptados à morte e preocupados com a sorte dos mortos. A religião surge como a suprema rebeldia contra o destino. A consciência do limite é uma fonte de boas ou conflituosas relações com a natureza, com os outros e com o fundo misterioso de tudo, com o Transcendente. Ao falar de registo teológico é para dizer que não tenho a fé de um ateu, nem a resignação de um agnóstico, atitudes altamente respeitáveis. Sei que a palavra Deus precisa de ser continu

Mulá afegão rejeita influência externa

A entrada da mesquita comandada pelo mulá Mawlawi Habibullah Hussam é guardada por um homem armado com um fuzil russo Kalashnikov, elemento onipresente na paisagem de Cabul.  Depois dele, outro segurança permanece perto do religioso em sua sala, equipado com um revólver na cintura. Hussam é um dos muitos guardiões da tradição islâmica do Afeganistão e vê com apreensão o aumento da influência estrangeira no país. Ele inclui entre os elementos perigosos novelas turcas e indianas na televisão, presença de organizações internacionais de defesa dos direitos humanos, tropas estrangeiras e, acima de tudo, os Estados Unidos.  Apesar da suspeição, Hussam é entusiasta das redes sociais, desde que usadas nos limites estabelecidos pela religião, algo vago que, na essência, significa a rejeição a uma sociedade secular. Há dois anos, ele criou uma página no Facebook . Mais tarde, aderiu ao Twitter. Os posts recentes do mulá nas redes sociais falaram do impasse político no Afeganist

Operadora de celular chama neto de sírio de 'bode do muçulmano' – Por Christina Nascimento

De ascendência síria, o jovem Yan Jamil Aby Hacan, 19 anos, não imaginou que uma compra numa loja da telefônica Vivo , na Barra da Tijuca , terminaria num processo judicial por dano moral.  A história, que agora está na 2ª Vara Cível de Santa Cruz, começou quando Yan fechou com uma vendedora um pacote de plano de celular com acesso à internet.  Ao sair do estabelecimento, ele foi conferir o Termo de Adesão e Contrato. Sua surpresa foi descobrir que, no espaço para contato, estava escrito “Bode do Mulsumano” (sic). “Quando falei meu nome, a vendedora riu, mas não imaginei o que iria acontecer. Já passei por constrangimentos, porque acham meu nome estranho. Só que nunca fizeram isso comigo. Quando olhei o documento, não acreditei no que estava escrito”, afirmou o rapaz.  Ele trabalha como vendedor num shopping e, ao contrário do que sugere o termo no contrato da Vivo , ele não é muçulmano, seguidor da religião Islã.  O jovem, que tem o avô paterno sírio, entrou com