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Mostrando postagens de julho, 2008

Uerj lança livro sobre a história da imprensa no Brasil

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A editora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro lança nesta quarta-feira (23/07/08), às 19h, no Museu da República, Rua do Catete, 153, o livro: Entre a Monarquia e a República: Imprensa, Pensamento Político e Historiografia (1822-1889). A obra, organizada pelas professoras do Programa de Pós-Graduação em História da Uerj, Mônica Leite Lessa e Silvia Carla Pereira de Brito Fonseca, faz uma reconstituição histórica do lugar da imprensa na história política brasileira no período que vai do primeiro Reinado, do Regente Dom Pedro I, até a Proclamação da República. Segundo Mônica Lessa e Silvia Carla, o livro oferece um painel de pesquisas temáticas, temporais e geográficas. E permite ainda que seja analisada a trajetória da imprensa em terras brasileiras, "ao mesmo tempo tão impares e tão análogas a outros processos desenvolvidos em outras partes e outras épocas". O livro será lançado em comemoração aos 200 anos da imprensa no Brasil. Nascida com o nome Imprensa Régia

A inquisição hoje - Por Juan G. Bedoya

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O jesuíta Luis Francisco Ladaria Ferrer é o número 2 da Congregação para a Doutrina da Fé, no Vaticano O jesuíta Luis Francisco Ladaria Ferrer será dentro de alguns dias o espanhol mais graduado na Cúria, o governo do Vaticano, depois da aposentadoria dos cardeais Martínez Somalo e Julián Herranz. Não aparenta. Ele mesmo atende ao telefone em seu escritório na Universidade Gregoriana de Roma e ri com jovialidade, sobretudo quando encontra a maneira de escapar das perguntas complicadas. Não quer entrevistas - já tem uns 400 pedidos antes de tomar posse -, mas responde com generosidade. De cara, protesta: "Olhe, combinamos que não haveria entrevista", ele mesmo se interrompe. Ri, ri sempre, como se fosse a melhor maneira de aliviar seu novo cargo, o número 2 da Congregação para a Doutrina da Fé. O que acha das palavras "Inquisição", "Santo Ofício" ou mesmo "herege"? Ele responde sério, entre risos: "Você me fala de situações e elementos

Religião e eleições municipais – Por Maria Clara Lucchetti Bingemer

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Acompanhar pelos jornais o itinerário dos candidatos a prefeito das grandes cidades brasileiras pode constituir um bom exercício de reflexão teórica. A interação entre religião e política aparece ora reforçando algumas candidaturas, ora fragilizando-as, mas em todo caso provocando debate. Tudo isso demonstra que na verdade, ainda que se insista em separá-las, religião e política estão profundamente interligadas e uma influencia a outra quer queiramos quer não. Além disso, este estado de coisas faz patente que pretender neutralidade tanto em religião como em política nunca resulta em saída fértil e consistente. O processo que leva da adesão religiosa ao exercício de uma dada modalidade de cidadania democrática, ou inversamente, da afirmação de uma dada identidade democrática a exigências de abertura do campo religioso à lógica da política não é unilinear, nem assegurada por critérios de compatibilidade e coerência. Tudo isso já era percebido por um dos maiores teóricos da religião,

Disputas para evitar mesquitas na Europa refletem sentimento anti-muçulmano – Por Jeffrey Stinson

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Os europeus cada vez mais se opõem à construção de novas mesquitas em suas cidades à medida que o medo do terrorismo e a imigração constante alimentam o sentimento anti-muçulmano em todo o continente. A disputa mais recente acontece na Suíça, que planeja realizar um referendo nacional para banir os minaretes (torres) das mesquitas. No início desse mês, o ministro de interior da Itália prometeu fechar uma controversa mesquita em Milão. Analistas dizem que os conflitos em relação às mesquitas são a manifestação de um medo crescente de que os muçulmanos não estejam assimilando e aceitando os valores ocidentais, e de que representam uma ameaça à segurança. "É um símbolo visível do sentimento anti-muçulmano na Europa", diz Daniele Joly, diretora do Centro de Pesquisa em Relações Étnicas na Universidade de Warwick na Inglaterra. "Isso faz parte da islamofobia. Os europeus sentem-se ameaçados." As disputas refletem a ansiedade em relação aos cerca de 18 milhões de muç

A religião para conter o deserto? – Por Washington Novaes

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A recente divulgação de mais um relatório da Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO) da ONU, assim como novos congressos sobre desertificação no Brasil, trazem de volta o tema. O relatório da FAO, com um balanço dos últimos 20 anos, diz que a degradação do solo no mundo - medida pelo declínio nas funções e na produtividade de um ecossistema - já atinge mais de 20% das terras ocupadas pela agricultura, 10% das pastagens, 30% das áreas de floresta. E afeta 1,5 bilhão de pessoas, com insegurança alimentar, perdas agrícolas, perda da biodiversidade, necessidade de migrar. Também influi no clima, porque a perda de biomassa e de matéria orgânica no solo desprende carbono. E leva à redução do fluxo hidrológico, porque se reduz a capacidade de a terra desmatada reter água. A China está com 457 mil km2 afetados; a Índia, com 177 mil; a Indonésia, 86 mil; Bangladesh, 72 mil. Para o Brasil, o relatório aponta 46 mil km2, embora nossos relatórios nacionais mencionem 180 mil km2 e

Mapeando o século asiático – Por Charles Grant

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O poder está se deslocando do Ocidente para a Ásia. Mas a Ásia é algo mais do que um termo geográfico? Supostamente o único século em que um número significativo de asiáticos compartilhou uma mesma identidade política foi no 13º, quando Gêngis Khan conquistou grande parte do continente. Há cerca de 100 anos, escritores como Kakuzo Okakura, no Japão, e Rabindranath Tagore, na Índia, e políticos como Sun Yat-Sen, na China, desenvolveram idéias pan-asiáticas. Eles achavam que os asiáticos tinham muito em comum, como vítimas do colonialismo, e como povos que, em comparação aos ocidentais, eram menos materialistas e mais espirituais. Mas estas idéias nunca se disseminaram significativamente.Isto pode estar mudando, segundo Kishore Mahbubani, um ex-diplomata cingapuriano que agora dirige a Escola Lee Kuan Yew de Políticas Públicas . Seu livro, "The New Asian Hemisphere: The Irresistible Shift of Global Power to the East" (o novo hemisfério asiático: a mudança irresistível do poder

Sob o domínio do mal – Por Marcello Castilho Avellar

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Batman - O cavaleiro das trevas funde HQ com clássicos. O novo Batman cinematográfico, que estréia na sexta-feira, tem como subtítulo O cavaleiro das trevas. O nome pode provocar alguma confusão na cabeça dos fãs do herói dos quadrinhos, já que é o mesmo de uma das mais memoráveis criações estreladas por ele, a minissérie de Frank Miller lançada em 1986. Batman - O cavaleiro das trevas divide com a saga homônima dos quadrinhos o clima sombrio, o debate ético, o ilusionismo que joga com o choque entre o que o espectador vê e o que as personagens pensam. Mas o enredo do filme não tem qualquer ligação com a minissérie. Não que faça diferença - é sério candidato ao título de melhor adaptação de Batman feita para o cinema. E ao título de melhor adaptação de herói dos quadrinhos. Se formos procurar na lista dos clássicos Batman, vamos descobrir outra obra-prima que se parece muito mais com o novo filme. É A piada mortal. Nesta graphic novel de Alan Moore e Brian Bolland, o Coringa, mais

O mistério sagrado do capital – Por Julian Gough

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A idéia da economia como sendo uma religião não é nova. Como apontou Max Weber, os primeiros protestantes viam o sucesso econômico como um sinal de Deus de que alguém era celestialmente eleito. Foi um pequeno passo passar disso a buscar o sucesso para assegurar a salvação. O capitalismo, como disse Walter Benjamin, pegou discretamente a Reforma Protestante e substituiu a religião por si mesmo: ele se tornou uma religião, a religião ocidental. Logo, quando o protestantismo chegou aos Estados Unidos, em sua forma mais pura, o capitalismo fez o mesmo: as Américas espanholas católicas nunca prosperaram economicamente, diferentemente da América do Norte anglo-saxã protestante. Mas as religiões evoluem, e os eventos recentes mostram que o capitalismo começou a evoluir menos como os tentilhões de Galápagos (cujos bicos se ajustaram ao longo de milênios para se adequar às bagas de sua ilha individual), e mais como o Incrível Hulk. O capitalismo Incrível Hulk pode expandir seus músculos de

Livros que Clio recomenda: Gangues, galera e movimento hip hop - Por Tiago Coutinho

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Com nova roupagem, o livro cartografias da cultura e da violência, da socióloga Glória Diógenes, ganha nova edição Cartografias da Cultura e da Violência , da socióloga Glória Diógenes, foi publicado pela primeira vez em 1998. O livro trazia o mapeamento das gangues existentes no momento em Fortaleza, um glossário de uma juventude violenta e muitas falas de jovens estigmatizados e, até então, não escutados. A publicação resultava de uma árdua pesquisa de doutorado. Dez anos depois, o livro ganha reedição, tal qual publicado pela primeira vez. Não foi por negligência. "Foi proposital. Esse livro é histórico. Marca um momento em que a academia e a periferia estão sintonizadas. Ele acabou suscitando vários outros trabalhos. Se fosse mudar alguma coisa, precisava mudar tudo. Ele não me pertence mais. Ele ganhou o mundo. É uma representação do encontro de um bocado de gente. O relançamento é um motivo para essas pessoas se encontrarem", comenta Glória Diógenes. Para o lançamento

Piso Nacional do Magistério

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Cristovam Buarque diz que piso vai melhorar salário de 1,5 mi de professores O senador Cristovam Buarque (PDT-DF), ex-ministro da Educação, disse nesta quinta-feira (03/07/08) que o projeto que instituiu o piso nacional do magistério em R$ 950 para professores com carga horária de 40 horas semanais vai melhor o salário de 1,5 milhão de professores de todo o Brasil. Para o ex-ministro, dos 2,6 milhões de professores 1,1 milhão já recebem mais do que esse valor. O projeto foi aprovado nesta quarta-feira pelo Senado e entregue ontem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para sanção. O senador, autor do projeto ao qual foi apensado a proposta do Poder Executivo, disse que o piso "é uma grande conquista para os professores, e é a primeira vez que o Brasil cria um sistema para todos os professores". De acordo com o senador, hoje no país há o professor estadual e municipal, e que a partir de agora haverá "um ponto de ligação entre os 2,6 milhões de professores de todo o Bras

Festival de Inverno em MG

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Ouro Preto e Mariana Arte, cultura e História Se as Minas Gerais são muitas, Ouro Preto e Mariana, sem dúvida, são dois de seus maiores tesouros. Submersas nas montanhas da Estrada Real, as cidades escondem mistérios que se descortinam facilmente, traduzidos sobretudo na arquitetura barroca, na efervescência cultural e no frio que, especialmente nesta época do ano, toma conta das ruas das antigas capitais do estado. A oportunidade ideal para desfrutar de todos esse prazeres é o Festival de Inverno de Ouro Preto e Mariana, que acontece de 8 a 27 de julho e deve atrair cerca de 250 mil pessoas interessadas em atividades como apresentações musicais, teatrais e mostras cinematográficas, a maior parte delas gratuita . A exemplo das edições anteriores, o Festival tem como norteadores um personagem e um tema. O personagem homenageado nesta edição é Aleijadinho, que com a temática "Talentos e Mitos do Brasil" desafiou as curadorias na seleção de oficinas e atrações que promovessem

Umbanda: uma religião brasileira? – Por Fabiano Possebon

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A Umbanda (que está completando 100 anos) é um culto mediúnico, mas sua origem não é africana, como é a do Candomblé. Recentes estudos apontam o surgimento da Umbanda a partir de um grupo de espíritas de Niterói, RJ. Segundo a doutora em Antropologia Diana Brown, da Universidade de Colúmbia, Estados Unidos, a Umbanda foi criada com o objetivo de lidar com espíritos de caboclos e pretos-velhos, prática que, na época, havia sido proibida pela Federação Espírita do Estado do Rio de Janeiro.Em 15 de novembro de 1908, um caboclo se manifestou pela mediunidade de Zélio Fernandino de Moraes. Numa entrevista, o médium contou que depois de ter ficado paralítico, foi levado à Federação por seu pai. Nos trabalhos da casa, passou a receber comunicações de negros e índios. Os dirigentes, porém, não viam com bons olhos a linguagem e o modo de falar característicos desses espíritos. Muitos deles, diante do clima instaurado, explicavam que a vida entre os mais simples tinha grande significado para