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Mostrando postagens de setembro 28, 2014

Midiatização do Papa é sinal de crise da Igreja Católica – Por Dario Citati

Durante o auge da popularidade do primeiro Sumo Pontífice sul-americano, muitos dos fiéis da Igreja romana vivem uma doença dissimulada por uma estratégia que pode mudar a forma e o conteúdo da sua fé. À primeira vista, a grande popularidade do Papa Francisco na opinião pública internacional confirma um dos princípios essenciais do Catolicismo, cuja estrutura eclesiástica é baseada na primazia jurídica do Papa sobre os outros bispos.  Na realidade, acontece o oposto: depois da sua eleição à sé romana, Jorge Mario Bergoglio ganhou muita popularidade não graças à sua ação doutrinária e à sua autoridade papal, mas devido à midiatização da sua personalidade e à imagem que ele cria de si próprio, de um Papa diferente dos seus antecessores. Portanto, a veneração da personalidade de Francisco esconde um afrouxamento do instituto papal. Hoje em dia, a vontade de reforçar a imagem do Catolicismo entre os não católicos parece prevalecer sobre os assuntos internos e sobre os princ

Ex-perseguida fala do combate à intolerância religiosa - Por Helena Sader e Verlane Estácio

Chegou a Aracaju esta semana Helen Berhane, uma perseguida religiosa, que esteve presa por mais de dois anos por seguir a religião cristã.  Em Sergipe , ela deu vários testemunhos e reproduziu canções com referência ao tempo que passou presa, de modo a inspirar as pessoas no combate à intolerância religiosa. Os encontros com Helen aconteceram na quinta-feira, 25/09, na Igreja Presbiteriana 12 de Agosto. De acordo com Helen, mesmo hoje estando livre, ela quer permanecer lutando por aqueles que ainda sofrem pelas escolhas religiosas que têm.  “Eu não me sinto em paz, mesmo estando livre. Eu quero continuar orando e servindo pelos que ainda estão presos e ainda sofrem, suas famílias sofrem” , disse.  “De alguma maneira, seja espiritual ou financeira, quero poder apoiar os perseguidos por onde eu passe” , completou. Helen Berhane chamou a atenção para o fato de o Brasil ser um país livre. “As pessoas devem saber que vivem em um país livre, pois para alguns isso é muito

A concórdia, dever a efectivar-se nas diversas formas de religião - Por Pe. Cunha Sério

Nas informações que, todos os dias, nos chegam das lutas e guerras vividas, neste mundo, sobressaem, hoje, as terras do Médio Oriente, onde se cruzam ódios e rivalidades entre os fiéis pertencentes às chamadas Religiões do Livro: judeus, cristãos e muçulmanos. Ora estas crenças cuja origem se enxerta no mesmo tronco: Abraão, o grande patriarca apontado, no primeiro livro da Bíblia, que judeus e cristãos têm como revelação divina e é indicado, no Alcorão, a leitura dos muçulmanos (a palavra Alcorão significa Leitura) como antepassado dos seguidores das religiões momoteístas seguidas ainda hoje por milhões e milhões de crentes. Da parte da Igreja Católica existe hoje um anseio de entendimento recíproco entre todos os homens mormente entre os que aceitam a fé num único Deus verdadeiro, Criador de todas as coisas. Textos conciliares do Vaticano II , ao mencionarem estas três famílias que fundamentam a sua fé na existência de um só Deus, depois de citarem o cristianismo indicam

Liberdade, religiões e democracia - Por Fernando Rizzolo

Com o passar dos anos, inexoravelmente chegamos à conclusão de que, numa sociedade, quer do ponto de vista pessoal, quer do ponto de vista coletivo, a liberdade se configura como a grande redentora das tensões entre grupos sociais e políticos.  Fica evidente que, numa democracia plena, deve existir um limite ao exercício dessa liberdade, pois o excesso pode promover ideologias perigosas, assim como apregoar ódio e racismo. A democracia, portanto, no seu bojo, contempla um limite na proteção das minorias, sejam elas quais forem. Infelizmente, o que temos observado no mundo pós-moderno é o crescimento da intolerância religiosa por parte de grupos extremistas, o estado islâmico fazendo uso de vídeos para provar até que ponto eles estão dispostos a agir para atingir seus desideratos, causando imensa preocupação principalmente nos Estados Unidos e na Europa. No Brasil , isso se dá de forma branda, até porque somos um país laico. De algum modo, grupos religiosos sempre partici

Os muçulmanos franceses se mobilizam pela primeira vez contra o Califado – Por Carlos Yárnoz

Entre 1.500 e 2.000 pessoas participaram do protesto diante da Grande Mesquita de Paris , que teve a presença de líderes de diferentes religiões. Entre 1.500 e 2.000 muçulmanos se manifestaram depois da oração da sexta-feira (26/09), diante da Grande Mesquita de Paris , para demonstrar sua oposição ao denominado  Estado Islâmico (EI) e para mostrar sua repulsa pelo assassinato do francês Hervé Gourdel na Argélia , na quarta-feira (24/09).  A primeira mobilização dos muçulmanos da França (cinco milhões de pessoas, 7% da população) contra o EI , que foi significativa mesmo não tendo sido numerosa, contou com representantes católicos, judeus, protestantes e com a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, mas também com o repúdio de grupos que entendem que a islamofobia cresce ultimamente porque os muçulmanos estão sendo apontados como “suspeitos”. Mais protestos estão sendo anunciados para os próximos dias. “Não conheço o Islã que corta o pescoço de seres humanos” , comentava a e

O Islamismo-jihadista como ideologia política totalitária – Por José Pedro Teixeira Fernandes

Estamos perante uma ideologia, que é política e não se confunde com o Islão entendido como religião. Para a mentalidade secular do europeu e ocidental do século XXI, as ideologias políticas não usam uma linguagem religiosa, nem se legitimam com um fundamento divino.  Desde a revolução francesa de 1789 , onde surgiram os conceitos de esquerda e direita, que a modernidade política ocidental foi construída pela emancipação e separação da política face à religião.  Aparentemente, essa evolução é um dado adquirido da modernidade contemporânea e válida em termos universais. Na realidade, o mundo globalizado de hoje mostra-nos que não é assim. As hipóteses que coloquei no meu livro: Islamismo e Multiculturalismo. As Ideologias Após o Fim da História  ( Almedina , 2006), parecem hoje estar a confirmar-se. Permito-me recordá-las aqui. Uma hipótese consistia em supor que a “ reconfiguração ideológica não está apenas a ocorrer no plano interno das sociedades europeias e ocident

Falando com deuses

Este projeto coletivo é bastante curioso.  Com a iniciativa do cineasta Guillermo Arriaga, oito diretores do mundo inteiro, além do próprio Arriaga, foram convidados a fazer curtas-metragens sobre a relação entre os indivíduos e a religião.  Os diretores criaram histórias sobre crenças comuns em seu país (o israelense Amos Gitai aborda o judaísmo, a indiana Mira Nair retrata o hinduísmo, o japonês Hideo Nakata se encarrega do budismo etc.), num grupo que representa provavelmente as oito religiões (além do ateísmo) com maior número de adeptos no mundo. A responsabilidade de cada diretor é imensa. Ter pouco menos de quinze minutos para sintetizar uma religião inteira é uma tarefa delicada e dada a controvérsias, de fato que muitos diretores optaram por abordar um tema fundamental a todas as crenças: a morte.  Este é o elemento presente em quase todos os curtas, seja o medo da morte iminente (da própria pessoa ou de um ente querido) ou a relação com o luto.  Neste mo

"Estado Islâmico" leva mundo árabe a debater relação entre terrorismo e religião

Enquanto países muçulmanos apoiam os ataques aéreos dos EUA contra o "Estado Islâmico" , cresce no mundo árabe o debate sobre a conexão entre o islã e o terrorismo. O teólogo islâmico Yusuf al-Qarawadi, do Catar , mostra-se insatisfeito com a existência de uma aliança liderada pelos Estados Unidos para combater o grupo terrorista "Estado Islâmico" (EI). Ao mesmo tempo, diz ser contra a ideologia extremista defendida pelos jihadistas. "Eu nunca vou aceitar que o país que vá combater o EI seja os EUA. Eles não são guiados por valores islâmicos, mas por interesses próprios, mesmo quando sangue é derramado" , argumenta. A declaração desse teólogo de 88 anos foi colocada no Twitter e logo causou polêmica: Qarawadi, com seu programa de TV Al-Sharia wa'l Hayat ( A sharia e a vida ), transmitido pela emissora catari Al Jazeera , é um dos pregadores de TV mais populares do mundo árabe. "Como entender essa declaração diante de todos o

Lucro com livros religiosos cresce mais do que com os exemplares didáticos

A atual realidade do mercado dos livros voltados para o espiritismo é resultado do trabalho de dois médiuns no âmbito nacional: Chico Xavier e Zíbia Gasparetto. Os livros com temática religiosa, especialmente os espíritas, se destacam por faturar   mais que os livros convencionais.  Dados de pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (Fipe) e da Câmara Brasileira do Livro (CBL) , divulgada este mês, com base nos dados de 2013, mostram que de 2012 para 2013 o faturamento com títulos religiosos teve variação positiva de 17%. No caso dos livros didáticos, a pesquisa encontrou crescimento de 8,34%. Membro do conselho da Associação de Editoras, Distribuidoras e Divulgadores do Livro Espírita (Adeler) ,  Celso Maiellari explica que as tiragens dos livros espíritas são maiores do que os outros títulos.  “Um lançamento de sucesso de uma editora convencional sai geralmente com cinco mil exemplares. No caso dos espíritas, eles saem com até 25 mil”, conta Maurício que

A “ONU de religiões” terá futuro?

No início de setembro, o ex-presidente de Israel, Shimon Peres, durante uma reunião com o Papa Francisco no Vaticano sugeriu ao pontífice encabeçar uma “ONU de religiões”.  O objetivo da criação da organização é contribuir para acabar com as guerras desencadeadas por fanáticos religiosos. O pontífice falou com o ex-líder de Israel durante 45 minutos e ouviu atentamente a sua proposta, mas não prometeu se encarregar de realizá-la. Nos últimos quatro meses Peres já se encontrou com Francisco três vezes. Em junho, no Vaticano aconteceu um evento que já entrou na história: o encontro de oração pela paz na Terra Santa entre o Papa Francisco, o Patriarca de Constantinopla Bartolomeu I e os presidentes d e Israel e da Palestina , Shimon Peres e Mahmoud Abbas. O então presidente de Israel chamou o Papa Francisco de “construtor de pontes de fraternidade pacífica”, enfatizando a necessidade universal de cooperação em nome do estabelecimento da paz, mesmo à custa de au