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Mostrando postagens de 2009

Algumas leituras marcantes de 2009 - Por Luis Eduardo Matta

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Embora esteja saindo agora, na virada do ano, a lista ― que, como as anteriores, limita-se a sete livros, sem que haja qualquer caráter supersticioso nesta escolha ― está pronta desde o final de outubro passado e compreende os livros lidos no período entre novembro de 2008 e outubro de 2009. Os títulos, cujas leituras foram concluídas depois desta data, portanto, não entraram, embora tenha gostado bastante de alguns, como: O português que nos pariu, Se eu fechar os olhos agora, Céu de origamis, A décima sinfonia, O analfabeto que passou no vestibular, e O símbolo perdido . Desde logo, dou o meu aval aos leitores para irem às livrarias comprá-los sem medo. * O chá do amor, de Jennifer Donnelly (Essência/Planeta, 2009, 584 págs.) ― Neste apaixonante romance histórico construído em torno da indústria do chá no final do século XIX, Fiona Finnegan é uma jovem operária da Burton Tea, uma megacompanhia de chá, que vive com dificuldade com a família num bairro modesto de Londres e acal

Livros da década II - Por Henrique Raposo

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20.º: Pierre Manent, "A Razão das Nações - Reflexões sobre a Democracia na Europa", Edições 70, 2008. Pierre Manent é o actual herdeiro do liberalismo clássico francês de Montesquieu, Tocqueville, Bertrand de Jouvenel e Raymond Aron. Neste pequeno grande ensaio, Manent critica a forma como a UE está a trair a ideia de democracia. Ao criar a falácia da democracia pós-nacional ou pós-estado, o "europeísmo" está a destruir as bases da democracia constitucional. Porque a democracia necessita sempre de um invólucro: o Estado. Tal como Roger Scruton , Manent recorda que o republicanismo kantiano não existe sem a estrutura do estado weberiano. Fomentar-se o confronto "Estado versus Democracia" é um hábito idiota. A democracia só pode existir dentro dos estados. A democracia não existe no mundo gasoso da "integração europeia". 19.º: Barack Obama, "A Audácia da Esperança", Casa das Letras, 2007. Barack Obama oficializou o declínio da Eur

O Sol na iconografia Cristã - Por Antonieta Costa

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Ultrapassando as resistências dogmáticas impostas pela Igreja Católica às práticas e crenças do chamado “paganismo”, verifica-se que muitas delas conseguiram a proeza de passar ao activo no Cristianismo , especialmente as relacionadas com o Sol. Aliás, o Sol (segundo Mircea Eliade, no Tratado de História das Religiões), sofreu um processo de racionalização diferente dos restantes, para além de ser entendido como tendo uma relação directa com a imortalidade, “ renascendo todos os dias”, o que não acontece com a natureza da Lua, que durante a sua fase de Lua Nova “está morta”. Devido a esta “perpetuidade” e poder sobre a morte, o culto do Sol foi ligado ao “culto dos antepassados”, activo desde os monumentos megalíticos. O círculo, representando o Sol, aparece no halo radiante de Hélios sobre a cabeça de Apolo, passando à iconografia Cristã em cópia fiel. Também o quadrado inscrito dentro de um círculo foi a base inicial para os templos Cristãos, enquanto que uma cruz inscrit

13ª Mostra de Cinema de Tiradentes faz reflexão sobre “Paradoxos do Contemporâneo”

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O evento será realizado de 22 30 de janeiro de 2010, na histórica cidade de Minas Gerais. Os paradoxos e a diversidade da recente produção audiovisual brasileira estarão em evidência na 13ª Mostra de Cinema de Tiradentes, que será realizada de 22 a 30 de janeiro de 2010, na cidade histórica mineira de Tiradentes. A cada edição, mais de 30 mil turistas participam da programação cultural intensa oferecida gratuitamente ao público. Um panorama inédito do cinema brasileiro contemporâneo em longas e curtas será apresentado ao público nas telas e nos debates. A temática central desta edição é: “Paradoxos do Contemporâneo” – pauta motivada pelo atual momento histórico do audiovisual no país – variados perfis de realizadores e mescla de gêneros constituem um complexo painel da produção audiovisual atual. Tiradentes recebe toda infraestrutura necessária para sediar a programação. Serão instalados três espaços de exibição - o Cine-Praça, no Largo das Fôrras (espaço para mais de 2.000 esp

Resistência artística pela crença na música - Por Jomo Fortunato

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Mamukueno [José Matias] A historiografia da Música Popular Angolana , sobretudo aquela que se estende ao longo da época colonial, regista nomes de autores e compositores que, embora com escassa obra produzida - consequência da postura no mercado, peculiaridades subjectivas e contextos de edição - são dignos de referência histórica, pelo sucesso alcançado nos “tops” da época. São conhecidos os casos de Prado Paím, autor do clássico “Bartolomeu” e disco de ouro em 1974, Jacinto Lima, Pascoal Fredson, Dikembé, exímio tocador de kissanji e autor de muitas canções interpretadas pelo cantor Urbano de Castro, Ferreira do Nascimento, Venâncio Muhongo e Mamukueno, dentre outros autores e compositores, que o passado da música regista. A temática das canções que têm resistido ao longo da história da Música Popular Angolana evoca situações que decorrem de conflitos cuja natureza e espaço de ocorrência se projectam, fundamentalmente, nos “musseques”: o filho desaparecido no mar, a garo

Livros da Década (I) - Por Henrique Raposo

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Entre a literatura e a história, aqui fica um possível top 30 dos livros da década 2000-2009. 30.º: Nicolas Baverez, "Le France qui Tombe", Perrin, 2003 No início da década, este livro foi o precursor de uma tese revolucionária, que se tornou um lugar comum já no final da década: o declínio da Europa e do Atlântico perante a ascensão dos asiáticos e do Pacífico . Neste pequeno grande livro, o petit Aron, Nicolas Baverez, criticava a forma como a elite francesa recusava enfrentar o declínio da França. Paris mantinha (e mantém) um discurso de grande potência, mas revelava (e revela) um défice total ao nível das capacidades que definem as grandes potências. Existia (e existe) um abismo entre a auto-imagem da França e o seu real poder no mundo . 29.º: Francisco José Viegas, "Longe de Manaus", Asa, 2005 Viegas reinventa um género (o policial), e, acima de tudo, faz uma notável biografia de Portugal. Ou melhor, faz uma biografia dos diferentes "Portugai

Unesp mais visível

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A partir da segunda quinzena de janeiro de 2010, a produção acadêmica da Universidade Estadual Paulista (Unesp) estará disponível para busca em bancos internacionais de pesquisa científica. Segundo a Unesp, atualmente outras universidades brasileiras divulgam seus trabalhos nesses sistemas, mas de maneira indireta, pois precisam de um provedor externo que faz a intermediação com o acervo da instituição. A Unesp utilizará um acesso direto, por meio do protocolo: The Open Archives Initiative , vinculado ao catálogo de produção científica da universidade, o Athena. Segundo Marta Valentim, coordenadora da Coordenadoria Geral de Bibliotecas (CGB), além da agilidade para realizar pesquisas científicas e tecnológicas, a adoção do protocolo garantirá maior qualidade da informação, com baixa taxa de erros de preenchimento. “ Ao depender de intermediários para tornar a produção acadêmica visível internacionalmente, algumas universidades aguardam meses para a inclusão de novos conteúdos ou s

Usos e utilidades do sagrado - Por Régis Lopes

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Para os devotos, a relação com o sagrado se dá por uma interconexão de favores, nem sempre chancelada pela Igreja. Padre Pinto foi abatido a pauladas pelos índios "tocarijus", em 1608, na serra da Ibiapaba . Para a Igreja Católica , ele era um mártir, pois ofereceu sua vida em nome de Deus. Como era de se esperar, os restos mortais transformaram-se em "relíquias". O que não se esperava era que os índios também começassem a tratar os ossos do padre como coisa sagrada, capaz de regular rituais da chuva. Em 1615, um outro jesuíta queria levar os ossos do missionário para Pernambuco , mas os índios avisaram que isso não seria possível e, se preciso, usariam armas. O jesuíta ainda conseguiu cavar a sepultura do padre, mas os índios chegaram antes e resgataram o que lá havia; assim, protegeram o que, para eles, também era sagrado. Há, portanto, uma semelhança e uma diferença. Semelhança porque índios e missionários acreditavam na mesma relíquia. Diferença porqu

Papa em Portugal aproxima religiões - Por Moisés Espírito Santo

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Não é só entre os católicos que a visita do Papa Bento XVI a Portugal, entre 11 e 14 de Maio de 2010, causa expectativa. Representantes de outras confissões acreditam que esta será uma oportunidade para o estreitamento das relações inter-religiosas. "Temos um bom relacionamento com a Igreja Católica, a comunidade muçulmana e as restantes, mas era importante que, de alguma forma, o Papa desse um impulso a essas relações" , sublinha Esther Mucznik, vice-presidente da comunidade judaica de Lisboa . O presidente da comunidade islâmica , Abdul Vakil, não chega a apelar a um encontro inter-religioso durante a visita papal a Lisboa, Fátima e Porto, embora garanta que se tiver ocasião de apresentar cumprimentos a Bento XVI vai fazê-lo. "As nossas relações são de respeito mútuo, o que é de estimular", considera Vakil, adiantando: "Temos os mesmos valores, os caminhos é que são diferentes, mas vão ter ao mesmo Deus." Já para o presidente do Conselho Português

A arte como marca de um passado distante - Por Renê Müller

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Pedra em formato de cabeça é uma das descobertas de pesquisadores no Morro das Aranhas , em Florianópolis. Quem imaginaria: no tempo em que ainda se formavam os núcleos de colonização do país, grande parte das riquezas eram caçadas sob símbolos rupestres. Antes da chegada dos padres católicos ao Brasil, os índios tinham na natureza suas divindades. As milenares inscrições em pedra, então, comprovavam a espiritualidade dos nativos. Daí o fato de que alguns dos sítios de intervenção rupestre (palavra que significa inscrição em pedra) foram depredados há séculos. Esconderiam, pelas crendices de então, tesouros enterrados. Era uma das maneiras de conseguir, por via indireta, que os símbolos pagãos fossem destruídos. O mesmo já havia ocorrido muito tempo antes, na Europa. Isso explica, por exemplo, por que alguns sítios de inscrições localizados no litoral de Santa Catarina estão bastante danificados, bagunçados. Boa parte das intervenções rupestres, curiosamente, localiza-se em p

Natal: Entre os cristãos e noutras religiões - Por Ana Elias de Freitas

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Nesta época natalícia fique a conhecer como assinalam os cristãos o nascimento de Jesus e que tipo de celebração fazem os muçulmanos, os judeus e os budistas . E porque o Natal também é feito de símbolos e tradições, hoje damos-lhe a conhecerigualmenteos mais utilizados e o que significam. O tempo do advento é celebrado por católicos com orações e em família à volta do presépio. No Ocidente e entre os cristãos, o Natal é a época em que se celebra o nascimento de Jesus, uma tradição da Igreja Católica Romana e Anglicana e também de alguns grupos de protestantes. Apesar da valorização espiritual que é dada a esta época, quase todos os cristãos optam também por trocar presentes nesta altura. Mas nem todas as religiões celebram o Natal da mesma forma e existem diferenças mesmo entre os cristãos: Os cristãos do Oriente, e estamos a falar da Igreja Ortodoxa , celebram o nascimento de Cristo a 7 de Janeiro, seguindo o calendário juliano, e não a 25 de Dezembro como os ocidentais. Noutras r
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Artigo em jornal do Vaticano elogia ‘Os Simpsons’ Artigo fala sobre a abordagem da fé no desenho norte-americano. Para colocar nas palavras do devoto Ned Flanders, o jornal do Vaticano acha que “Os Simpsons” são uma turma bem supimpa. O “L’Osservatore Romano” desta terça-feira (22/12/09) parabenizou o programa pelo seu 20º aniversário, elogiando os questionamentos filosóficos do desenho e a sua visão irreverente da religião. Sem Homer Simpson e os outros personagens de pele amarelada, “muitos hoje não saberiam rir”, diz o artigo, chamado “As virtudes de Aristóteles e o donut de Homer”. O texto lembra que “Os Simpsons” – a animação há mais tempo no ar na TV norte-americana – abriram espaço para desenhos voltados a uma audiência adulta. O programa é baseado em “textos inteligente e realistas”, continua o artigo, dizendo ainda que ele pode ser criticado pela “linguagem excessivamente rude, pela violência de certos episódios e por algumas escolhas radicais por parte dos roteiris

O trabalho de capelania no Hospital Brasil em Santo André/SP

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No Hospital e Maternidade Brasil é feito um trabalho de conforto espiritual a pacientes e familiares com o intuito de levar uma palavra de conforto, consolo e esperança.Há duas equipes que realizam esse trabalho: uma coordenada pelo Padre Vanderlei Ribeiro, da Paróquia Nossa Senhora do Paraíso, e outra coordenada pelo Pastor Valdemir de Oliveira Ayres (Pr. Miro). “Nesse diálogo que estabelecemos com o paciente fazemos uma oração se ele assim desejar, é lido um salmo e ali se estabelece um relacionamento de prece. Em muitas situações nós apenas escutamos o paciente enquanto este desabafa. Em alguns casos esse trabalho acaba criando um relacionamento com a família toda”, comenta o Padre Vanderlei. O trabalho de capelania é todo feito por voluntários. “Nossa equipe recebe treinamentos e capacitação por meio de curós preparatórios, orientação comportamental e forma de abordagem específica. O propósito é levar conforto espiritual ao paciente por meio da palavra de Deus e palavras de c

Cristianismo continua com força, dizem especialistas - Por Leonardo Meira

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O professor da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em sociologia da religião, Antônio Flávio Pierucci, resume algumas de suas percepções sobre o cenário da religião cristã no Brasil. Ao contrário do disseminado em muitos setores, Pierucci diagnostica que o cristianismo não perdeu sua força. Passa, no máximo, por um processo de mutação. Surge a pergunta: e as crises que a religião cristã enfrentaria com o mundo moderno e o advento de tecnologias que tornam mais cômoda a vida dos homens na sociedade? “É impossível pensar o Ocidente sem pensar o cristianismo”, responde o professor da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) e especialista em história das religiões, Sérgio Ricardo da Mata. Mesmo inserido em um contexto diversificado, em que se multiplicaram os sistemas e éticas religiosas à disposição – especialmente a partir da segunda metade do século XX –, a religião cristã estaria longe de perder sua função de cimento social. “Ele [o cristianismo] é um processo fundame

Povo Huni Kui promove 1ª Festa da Espiritualidade - Por Golby Pullig

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Evento pretende reunir lideranças de 3 terras indígenas Kaxinawa e profissionais que atuam nas 32 comunidades do Povo Huni Kui Visitantes terão acesso a rituais dos índios Kaxinawa (Foto: Agência de Notícias do Acre) De 24 a 31 de dezembro a Associação dos Seringueiros Kaxinawa do Rio Branco (Askarj) realiza a Festa da Espiritualidade do Povo Huni Kui. A festa comemora a instalação de pontos de internet nas terras Huni Kui município de Jordão , fortalecimento do Centro Memorial , o lançamento do filme Bashnepuru e a assinatura do convênio entre o Governo do Estado do Acre e Askarj para a implementação do plano de gestão territorial e ambiental com recursos do ProAcre. Lideranças indígenas, professores, agentes de saúde e agroflorestais devem participar das festividades. Atualmente a população Kaxinawa soma em torno de 3 mil pessoas divididas em 32 aldeias de três terras indígenas do Acre . Para chegar à Aldeia São Joaquim, onde irá acontecer a Festa da Espiritualidade , é

Ensino Religioso nas escolas estaduais fortalece respeito e reduz preconceitos

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Conhecer para respeitar. Esta é a principal diretriz que os alunos do Colégio Estadual Maria Montessori, em Curitiba , recebem nas aulas de Ensino Religioso. “O principal ponto do trabalho é ensinar aos alunos que existem várias religiões e culturas que precisam ser respeitadas”, explica a professora Maria José Deganello. Ela leciona ensino religioso nas 5ª e 6ª séries. “Procuro trabalhar na 5ª série organizações religiosas, lugares e textos sagrados e valores como a honestidade e o respeito, envolvendo os dois aspectos em situações do cotidiano deles”, explica. Na 6º série são estudadas as origens históricas das religiões, festas e ritos, e como isso influencia na questão cultural das pessoas. “Como trabalho história e ensino religioso com a mesma turma, acabo complementando os conteúdos, fazendo uma relação interdisciplinar”, diz Maria José . A professora ainda comenta que os alunos estão sempre questionando sobre costumes religiosos, principalmente por que a mídia fornece p

Igrejas pouco conhecidas guardam obras de arte em SP

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Diversas igrejas que são pouco conhecidas em São Paulo estão repletas de obras de arte assinadas por mestres consagrados. Três delas, localizadas na Zona Sul e na região central da cidade, abrigam pinturas, esculturas e jardins de autores célebres. Na Capela Cristo Operário , que fica na Rua Vergueiro, Zona Sul de São Paulo, a pintura do altar foi feita por Alfredo Volpi. Em torno da igreja, funcionou entre 1950 e 1965 uma fábrica de móveis onde todos os funcionários recebiam o mesmo salário. A experiência, inovadora na época, foi trazida para o Brasil pelo frei João Batista dos Santos, e chamou a atenção de Volpi. Do lado esquerdo do altar, o pintor retratou José ensinando técnicas de carpintaria para o menino Jesus, enquanto Maria contemplava a cena pela janela. Ao centro, o menino se torna Cristo Operário, com os braços abertos diante de uma fábrica. À direita, Santo Antônio prega aos peixes. “O frei João Batista queria que a capela fosse Cristo Operário, mas Volpi percebeu que