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Mostrando postagens de julho 11, 2015

Patrimônio Cultural de terreiros de Candomblé é tema de curso de extensão na Bahia

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O I nstituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Universidade Federal da Bahia (UFBA) promovem o curso de extensão Gestão e Salvaguarda do Patrimônio Cultural dos Terreiros Tombados, que começa na próxima terça-feira, 14 de julho, no auditório da Escola de Administração em Salvador (BA).   O tema da aula inaugural é:  Educação e Salvaguarda, por um habitar os caminhos da ancestralidade A iniciativa surgiu a partir das demandas de um Grupo de Trabalho criado em 2015, reunindo representantes de terreiros Casa Branca, Afonjá, Gantois, Oxumarê, Bate Folha, Alaketu e Serja Hunde, tombados pelo Iphan. Foi diante desse contexto que a UFBA celebrou o convênio para a realização do curso de extensão universitária, gerando oportunidade para 70 lideranças de terreiros de candomblés salvaguardados aprofundarem suas reflexões sobre a salvaguarda compartilhada do patrimônio cultural. O curso está organizado em seis módulos temáticos, que b

Liberdade religiosa e dever de neutralidade estatal na Constituição Federal de 1988 - Por Ingo Wolfgang Sarlet

A controvérsia sobre o ensino religioso em escolas públicas, ora em debate no Supremo Tribunal Federal e objeto de recente audiência pública convocada pelo ministro Luis Roberto Barroso, relator do respectivo processo, recoloca em pauta o antigo mas sempre atual e polêmico tema da neutralidade estatal em matéria religiosa, ou seja, a posição ocupada pelo Estado em face do fenômeno religioso. A despeito da afirmação do caráter laico do Estado Constitucional contemporâneo, como também se verifica no caso brasileiro desde a proclamação da República, nunca é demais relembrar que as liberdades de consciência, de crença e de culto, as duas últimas usualmente abrangidas pela expressão genérica “liberdade religiosa”, constituem uma das mais antigas e fortes reivindicações do indivíduo.  Levando em conta o seu caráter sensível (de vez que associado à espiritualidade humana) e mesmo a sua exploração política, foi uma das primeiras liberdades asseguradas nas declarações de direitos e

É divino, maravilhoso: o império do Divino Espírito Santo, o imaginário e as insistências da memória na Cidade de Goiás – Por Alex Mendes

A Cidade de Goiás me inspira a pensá-la.  Encontramos na cidade e nas suas tradições ecos importantes do que já fomos e do que representávamos, vestígios de fazeres próprios da nossa cultura e saberes de épocas passadas que ainda servem, de forma importante, para nos definir como goianos. Aqui e em nossas outras tantas cidades históricas, encontramos práticas que vêm do passado e invadem o século presente e nos marcam.  A memória dos vilaboenses está em seu corpo social. Jacques Le Goff, na sua obra Memória e História, citando Pierre Nora, diz que memória coletiva se define como o que fica no passado, no vivido dos grupos, ou que os grupos fazem do passado.  Essa lição importante do eminente medievalista francês justifica a minha profunda simpatia pela Cidade de Goiás, suas velharias (como muitos dizem), suas invenções do passado e do presente, suas tradições, ora celebradas, ora desprezadas dentro e fora dos limites de sua urbe. Sem a resistência contra a re

Curvou-se, tem que rezar – Por Alice Melo

Pesquisadores encontram prisão eclesiástica no subsolo de convento em Alagoas. A porta pequena forçava o penitente a entrar no cômodo apertado em reverência, curvado. Ele deveria estar consciente de seu ato de suplício. Esta característica sutil presente nas poucas prisões eclesiásticas projetadas em conventos do Brasil Colonial levou pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) a identificar uma destas celas no subsolo do Convento e Igreja de Nossa Senhora dos Anjos , em Penedo, a 152 km de Maceió. O espaço foi descoberto durante uma escavação preventiva que antecederia a reforma de instalação de banheiros e de um elevador na edificação do século XVII. Clérigos e pesquisadores ficaram surpresos: é a primeira prisão eclesiástica encontrada no estado. O convento foi tombado pelo Iphan em 1949 e há cinco anos está fechado para restauro geral. As obras são financiadas pelo próprio Instituto, que contratou a equipe integrada pelo arqueólogo Flávio Moraes, d