Postagens

Mostrando postagens de janeiro 13, 2016

Por trás do véu: a imagem da mulher no islã

À primeira vista, o papel da mulher parece ser igual em todos os países muçulmanos.  Mas não há base teológica para uma imagem unificada. O ato de cobrir a cabeça e o corpo, por exemplo, é uma questão de interpretação. Nascido em 1960, não se pode dizer que Muhammad Salih al-Munajjid esteja em idade avançada. Mas as opiniões emitidas pelo estudioso de religião, filho de refugiados palestinos, natural da Síria e residente na Arábia Saudita desde a adolescência, se assemelham mais a documentos de épocas passadas. Munajjid publicou suas opiniões no islamqa.info , um dos sites salafistas mais populares no mundo árabe. Na página, um jovem, por exemplo, pede ao religioso a resposta a uma pergunta aparentemente difícil para ele: E sobre o status das "escravas" que se encontram na Arábia Saudita ? É possível ter relações sexuais com elas? Mesmo que se seja casado?  O autor da pergunta não explicita o que entende por "escrava" , ele considera ser algo

Religião perseguida na China? – Por Miriam Diez Bosch

A perseguição religiosa está vinculada a regimes autoritários. A China não mediu palavras.  Considerou “infundado” um relatório que a descreveu como “país preocupante” quando se trata de liberdade religiosa. O Governo já protestou, argumentando que respeita a religião. A Comissão Internacional de Liberdade Religiosa dos Estados Unidos afirmou em seu relatório anual que a China é “um país de preocupação especial” , uma classificação que incluiu também o Vietnã, Mianmar e a Coreia do Norte. “O relatório está cheio de preconceitos políticos e acusações infundadas, algo a que a China opõe-se firmemente” . Assim se expressou o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores , Hua Chunying.  A China já apareceu mal em outro texto, o Relatório sobre Liberdade Religiosa de 2014, elaborado anualmente pela organização Ajuda à Igreja que Sofre. Lá se especificava que a perseguição religiosa está vinculada a regimes autoritários. Quando surgem estas acusações, a China e

Conheça Combo, o street artist francês que prega a paz entre as religiões - Por Taíssa Stivanin

O artista francês Combo expõe até o dia 6 de Março, no Instituto do Mundo Árabe, em Paris, uma série de telas que pregam a coexistência pacífica entre árabes, muçulmanos e cristãos. Combo chega esbaforido, com duas horas de atraso para entrevista, se desculpando de antemão. “O dia hoje está terrível”, diz, sem entrar em detalhes. Mas bastam cinco minutos de conversa para entender a complexidade do dia-a-dia do street artist francês, de 28 anos.  Ao mesmo tempo em que ele vive uma fase de reconhecimento pelo seu trabalho de duas décadas, com uma exposição inédita no  Instituto do Mundo Árabe em Paris , Combo é alvo constante de ameaças. Na verdade, os quadros de Combo pregam a coexistência pacífica entre religiões (cristã, muçulmana e judaica), como demonstra o nome da exposição, “Coexist”. Na obra do artista, o C é representado pela lua crescente, o símbolo do Islã, o X pela estrela de Davi, do Judaísmo, e o T virou uma cruz, simbolizando o cristianismo.  Ousadia

Festa do Bonfim é celebrada por adeptos de outras religiões – Por Maíra Azevedo

O ponto máximo da lavagem ocorre na famosa e mística Igreja do Bonfim. A cerimônia faz parte da tradição católica. A imagem do Cristo Crucificado sai em cortejo da Catedral de Nossa Senhora da Conceição , no Comércio, até a Basílica no alto da Colina Sagrada, na Cidade Baixa.  Mas, são mulheres e alguns homens, vestidas com as indumentárias e carregando outros símbolos das religiões de matriz africanas, como a quartinha de barro, que se tornaram a representação da Lavagem do Bonfim. O cortejo, que abre oficialmente o calendário de festas populares da Bahia , reúne fiéis das duas religiões. Tem católico que para pagar a promessa se veste de 'baiana' e participa da lavagem das escadarias, e candomblecista que sai cedo de casa para assistir à missa e manter o compromisso com Oxalá.  De acordo com o historiador Ordep Serra, o ato de lavar a igreja faz parte dos ritos católicos que pregam a humildade. "Os nobres faziam esses atos como sacrifício, penitênci