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Mostrando postagens de abril 19, 2015

Ensino laico centraliza debate – Por Litza Mattos

Material adotado em escolas públicas é criticado;  instituições particulares mudam de postura. Se oficialmente o Brasil é considerado um Estado laico, pois a Constituição e outras legislações preveem a liberdade de crença religiosa para os cidadãos, na prática, o que se vê é o preconceito e a intolerância como parte da lição de casa de milhares de crianças e jovens do ensino fundamental brasileiro. Essa conclusão é da professora da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB), Débora Diniz, que analisou as 25 obras mais usadas para o ensino religioso nas escolas públicas do país. O estudo gerou o livro: “Laicidade: O Ensino Religioso no Brasil” e diz que a disciplina, da forma como está configurada, é uma ameaça à liberdade religiosa ao tentar impor questões católicas, além de promover a homofobia.  “Em uma escola pública, a educação deve ser laica.  A liberdade religiosa não pode ser a liberdade de uma corrente em detrimento de outras. Isso é imposição de

Ciclo de Debates "Sociedade e Reformas Religiosas de 1015 a 1215"

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Em novembro de 1215, a basílica de São João de Latrão se tornou o cenário da maior reunião de prelados e agentes dos poderes cristãos desde a Antiguidade Tardia. Conhecida como “Concilium Lateranense IV” , a assembleia figura como o ponto de culminância de um intrincado rol de transformações sociais que teriam emergido durante o século XI, época associada à figura do papa Gregório VII, nascido, provavelmente, em 1015. Oitocentos anos depois, o concílio persiste como uma referência central nos debates acerca da formação da civilização ocidental. Em busca de uma oportunidade para converter o simbolismo das efemérides em um empenho crítico de reavaliação das relações entre religião e sociedade, o Vivarium: Núcleo Centro-Oeste promoverá o Ciclo de debates: “ De Gregório VI ao Concílio de Latrão:  sociedade e reformas religiosas entre 1015 e 1215” O Ciclo será formado por cinco conferências, que ocorrerão entre os meses de abril e junho de 2015 e serão ministra

Quem são os adversários do papa Francisco?

O vaticanista Andrea Tornielli analisa as críticas ao pontificado de Francisco nos últimos dois anos, desde o magistério social até a acusação de "leninismo”. Um pontífice certamente amado pelo povo e pelas pessoas mais humildes, que ele mesmo ama. Decididamente, menor a estima do mundo intelectual (especialmente, entre os conservadores) e os poderes fortes ligados ao capitalismo mundial. Há dois anos do começo do seu pontificado, o caminho traçado pelo Papa Francisco sobre a "cultura do desperdício” , sobre o poder econômico que explora o homem e sobre o materialismo que vai contra a dignidade da pessoa, despertou aprovações, mas também descontentamentos. Para esclarecer a verdadeira natureza do magistério social de Jorge Mario Bergoglio, Andrea Tornielli e Giacomo Galeazzi, ambos vaticanistas de La Stampa , publicaram, há alguns meses, o artigo:  Questa economia uccide (Esta economia mata, tradução livre), incluindo uma entrevista com o Papa. Em uma ent

Premier francês anuncia plano contra ódio religioso

Cerca de três meses após o ataque à redação da revista "Charlie Hebdo" e a um mercado judaico em Paris , o primeiro-ministro da França, Manuel Valls, alertou na sexta-feira, dia 17/04, que a intolerância religiosa está crescendo de forma "assustadora" no país.     "O racismo, o antissemitismo, o ódio contra os muçulmanos, estrangeiros e a homofobia aumentam de maneira insuportável na França" , disse em discurso, acrescentando que os "franceses judeus e muçulmanos" não devem ter medo de assumir suas religiões.     Diante deste panorama, o premier anunciou um plano de investimento de 100 milhões de euros (cerca de R$ 320 milhões) nos próximos três anos na luta contra o racismo, homofobia, islamofobia e o antissemitismo.     O plano inclui um total de 40 medidas nos âmbitos de Justiça, Educação e ações na Internet. Além disso, racismo e ódio religioso se tornarão "circunstância agravante" em atos criminosos.    

Umbanda é religião de mais de 400 mil brasileiros

 Em 2014, umbanda foi definida como religião e não culto após polêmicas No censo de 2010, a Umbanda já era a religião de mais de 400 mil brasileiros. A Umbanda, que mistura elementos do catolicismo e espiritismo, também tem raízes africanas e indígenas. Em 2014, uma polêmica questionou a religiosidade da Umbanda. O juiz da 17ª Vara Federal do Rio de Janeiro, Eugênio Rosa de Araújo, reviu a sentença em que havia declarado que candomblé e umbanda não eram religiões e sim cultos.  Após muita polêmica e protestos, o juiz admitiu o erro e modificou parte do conteúdo da sentença. Ele afirmou ainda que “o forte apoio dado pela mídia e pela sociedade civil, demonstra, por si só, e de forma inquestionável, a crença no culto de tais religiões”. Eugênio Rosa foi alvo de duras críticas por sua postura que, para os movimentos de defesa da cultura africana, reafirmava estereótipos, preconceitos e racismo. Na primeira sentença o magistrado chegou ao absurdo de afirmar que para s

A barbárie e a indiferença – Por Anselmo Borgeso

O direito à liberdade religiosa é um direito fundamental garantido pela D eclaração Universal dos Direitos Humanos de 1948. Mas acaba por ser um dos menos respeitados.  De facto, o cristianismo já esteve do lado dos perseguidores, hoje é a religião mais perseguida. Os dados são verdadeiramente trágicos, a ponto de o Papa Francisco ter feito um apelo à comunidade internacional para que não permaneça "silenciosa e inerte" .  Na via-sacra de Sexta-Feira Santa foram lembrados todos os que presentemente são perseguidos, nomeadamente na Síria , no Iraque , no Egipto , na Nigéria , no Quénia , na Coreia do Norte : "Os nossos irmãos são perseguidos, decapitados, crucificados por causa da sua fé, sob o nosso silêncio cúmplice." O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros espanhol, Ignacio Ybáñez, também reconheceu nesta semana que "presentemente a situação é dramática", atingindo o seu auge com o Estado Islâmico : "Em cada hora que p