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Mostrando postagens de março 27, 2016

Mesmo com legislação ‘liberal’, Dinamarca tem de ‘abraçar diversidade religiosa’, diz relator da ONU

Após visita oficial ao país do norte da Europa , especialista independente da ONU fez recomendações para reforçar a atual abordagem quanto à liberdade de religião ou crença.  Ele destacou a importância de evitar sentimentos de estigmatização e a exclusão das minorias religiosas.  A Dinamarca é um país liberal que valoriza e respeita a liberdade de crenças religiosas. Mesmo assim, a sociedade ainda tem desafios a enfrentar, sobretudo em relação a uma necessária identidade “aberta e inclusiva” e uma maior diversidade religiosa. A avaliação é do relator especial da ONU sobre a liberdade de religião ou crença , Heiner Bielefeldt, que acaba de finalizar uma visita de nove dias ao país do norte da Europa. “É da responsabilidade do governo assumir a liderança no desenvolvimento de uma compreensão mais abrangente da identidade dinamarquesa”, destacou Bielefeldt. “Eu valorizo que a Dinamarca, que evoluiu rapidamente de homogeneidade religiosa para uma sociedade diversific

Páscoa: festas religiosas nas fazendas de Minas Gerais do século XIX – Por Mary Del Priore

As fazendas costumavam ter, na extremidade das varandas, uma capela ou um quarto de santos.  A fazenda de Manuel de Abreu Guimarães tinha ao final da sua, uma capela dedicada à Nossa Senhora do Carmo, “com seu emblema de três estrelas douradas e um escudo pintado de azul. Havia ali cantos, nas noites de domingo”, conta Richard Burton que a visitou. A Carrapixo, próxima ao Tejuco, possuía “capela de dizer missa”. Pequenos oratórios, também, integravam as práticas de religiosidade. Marianne North almoçou na casa de um escravo forro, cujo senhor lhe deixara o seu, com móveis entalhados e santos além de objetos de culto em prata. Em certa fazenda onde ficou hospedada, percebeu que africanos usavam de suas práticas religiosas, mesmo debaixo do nariz dos senhores brancos: “Old Pedro, deixava de quinze em quinze dias, nas noites de sexta-feira, pão e carne no quarto em que seu antigo dono, o padre, morrera. Como ele nunca encontrava nada na manhã seguinte, afirmava que o velho

Jerusalém esmagada pelo passado – Por Eduardo Cintra Torres

Lutar pela paz é combater o passado. Camadas sobre camadas. Do rei David ao nosso tempo, Jerusalém, ovo das três grandes religiões monoteístas, de Deus, de Deus e de Deus, acumula camadas de história. Para se ver lajes que Jesus terá pisado no mercado junto ao Templo, é preciso descer debaixo da terra. As paredes mostram camadas de construções sobre construções, religiosas, militares, civis. Ruínas. Placas lembram "foi aqui que…" Um gigantesco cemitério sobe o Monte das Oliveiras em fileiras de pedras tumulares de há milénios ou de hoje, um sítio geológico humano. Os mortos espreitam os vivos.  A cidade velha divide-se em zonas que distribuem camadas históricas pela superfície: o bairro cristão, o bairro islâmico, o bairro judeu, o bairro arménio. Há portas milenares e muros do século XXI. Torres de igrejas, cúpulas de sinagogas e minaretes de mesquitas disputam no céu a última camada do espaço. Uma camada comprime a outra e cá em cima Jerusalém vi