Clio em Conflitos


LONDRES, 16 NOV (ANSA) - A Biblioteca da Universidade de Bradford, no norte da Inglaterra, publicará em dezembro uma série de 50 cartas inéditas escritas nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial pelo escritor britânico J.B. Priestley.



Segundo informou hoje o jornal inglês The Guardian, as cartas fazem parte da mais importante produção literária da Grã-Bretanha sobre o conflito. As cartas e postais foram enviados por John Boynton Priestley a seu pai, sua irmã e sua madrasta, e agora foram doadas pelo filho do escritor, Tom, à Universidade de Bradford. Tom Priestley, escritor e cineasta, planeja publicar no próximo ano um livro sobre as correspondências de seu pai. As cartas, escritas pelo autor inglês à luz de vela e em trincheiras em meio ao pântano, expõem as terríveis condições que tinham que suportar os soldados durante a guerra travada entre os anos de 1914 e 1918.


Uma das cartas descreve o pesadelo que viveu em Vimy Ridge em 1916, quando foi ferido gravemente por um morteiro. "Devem ter escutado falar do famoso Labirinto. Bom, é este", escreveu Priestley a sua família em março de 1916.


"Enormes colinas destroçadas pelas bombas, velhas trincheiras cheias de cabeças, braços e pernas, roupas manchadas de sangue e equipamentos velhos", descreveu.


Alison Cullingford, bibliotecária da Universidade de Bradford e responsável da série de cartas, declarou que os textos "expõem com grande lucidez o pesadelo da chamada Grande Guerra".


"A influência da guerra pode ser vista em sua campanha de paz na década de 1930 e nas referências que faz sobre a reunião de ex-camaradas ingleses em 1933. No entanto, nunca perdeu o senso de humor, como quando se ria da pompa da Marinha diante de semelhante escala de horror", continuou.


A Primeira Guerra Mundial causou a morte de quase 20 milhões de soldados e civis, e 21 milhões de feridos.


Fonte: (ANSA) 16/11/2007 14:01

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

"Negociar e acomodar identidade religiosa na esfera pública"

Pesquisa científica comprova os benefícios do Johrei

A fé que vem da África – Por Angélica Moura