Clio em Reflexões - As Datas e seus Significados, Dias e Comemorações


Calendário Maia


Há quem diga que datas[1] e suas comemorações são apenas uma maneira do mercado regular as formas de consumo e servem de desculpas para incrementar ainda mais o já desenfreado capitalismo[2]. Porém, o historiador trabalha com datas[3]. Elas servem de parâmetros e nos dão uma medida imprescindível para a pesquisa e a localização. Aliás, como ter história sem ter marcos[4] cronológicos? As datas com efeito comemorativo também são especialmente importantes nos estudos sociológicos. Servem de exemplo de manifestação da sociedade para as diversas classes, profissões e grupos, religiosos ou não, para suas reivindicações e lembranças.

A datação, na forma ocidental, está ligado à mitologia grega[5] que teve em Cronos[6], sua expressão temporal. Cronos tinha seu correspondente ao deus romano Saturno. Cronos era o mais novo dos seis grandes titãs, filho de Uranus e teve seis filhos com sua esposa-irmã Réia: Zeus, Deméter, Hades, Héstia, Poseidon e Hera. Cronos representa a passagem dos deuses antigos (ciclopes e titãs) para os deuses olímpicos (assim chamados por habitarem o Olimpo), liderados por seu filho Zeus.

A mitologia diz que a esposa de Uranus era Gaia (a Terra) e que cada vez que Gaia tinha um filho, Uranus o devolvia ao ventre de Gaia. Cansada disto, Gaia elaborou junto com Cronos uma traição à Uranus. Ela fez de seu próprio seio uma pedra em forma de lâmina e a deu para Cronos. Cronos esperou que Uranus, seu pai, dormisse e o castrou. O sangue de Uranus caiu sobre a vagina de Gaia gerando os Gigantes, as Eríneas e as Melíades[7]. Cronos atirou os testículos de Urano no mar, que formou uma espuma de esperma, de onde brotou Afrodite, a deusa do amor. Após isto, Cronos reinou entre os deuses durante um período de prosperidade conhecido como Idade Dourada[8]. Mas uma profecia dizia que ele seria enfim vencido por um filho seu. Assim, temendo uma revolta tal qual a sua, ele passou a devorar seus próprios filhos assim que nasciam. Até que a profecia se cumpriu, e Zeus, auxiliado por sua mãe, Réia, o destronou, na guerra que ficaria conhecida como titanomaquia. Zeus libertou definitivamente seus irmãos e baniu os titãs para o Tártaro[9].

Segundo outras tradições[10], Cronos teria sido, simplesmente, adormecido e levado para a ilha misteriosa de Tule[11] ou teria sido exilado como rei para um sítio ideal onde o “solo fértil produzia colheitas três vezes por ano” e onde se teria prolongado esta idade de ouro, definitivamente terminada com o surgimento da terceira geração, a de Zeus e dos Olímpicos. Quanto à famosa pedra, instrumento de liberdade e de vitória, repelida mais tarde por Cronos, mereceu a atenção de Zeus, que a transportou para o futuro lugar de Delfos[12], a fim de ser venerada ao longo dos séculos. Cronos foi, por vezes, associado ao deus fenício Baal[13], a cujo ídolo eram sacrificadas vítimas humanas.

Este mito representou um claro exemplo dos conflitos religiosos e culturais surgidos entre os gregos e os povos que habitavam a península helênica antes de sua chegada[14]. Cronos era um deus da mitologia pré-helênica[15] ao qual se atribuíam funções relacionadas com a agricultura. Mais tarde, os gregos o incluíram em sua Cosmogonia[16], mas lhe conferiram um caráter sinistro e negativo. Segundo a tradição clássica, Cronos simbolizava o tempo e por isso Zeus, ao derrotá-lo, conferira a imortalidade aos deuses. Os romanos assimilaram Cronos a Saturno e dizia-se que, ao fugir do Olimpo, ele levara a agricultura para Roma, com o que recuperava suas primitivas funções agrícolas. Em sua homenagem, celebravam-se as saturnálias[17]. A lenda de Cronos figura no teto da Sala dos Elementos no Palácio Vecchio em Florença, pintado por Vasari[18]. Goya[19] representou Cronos devorando os seus filhos em Madrid, na cidade do Prado. Para pesquisadores como Sulivan, Cronos simboliza a percepção ou delimitação das circunstâncias temporais[20]. As noções de limitação e delimitação estão em estreita relação com a noção de tempo cronológico.

Por fim, mas não por último, há a questão das comemorações e a regulação do mercado. Com tudo isso, datas são importantes! Para uma exemplificação no ano que se apresenta, destacamos algumas datas-comemoração de janeiro, dando boas-vindas à 2008:

Janeiro
01
Dia da Confraternização Universal
Dia Mundial da Paz
Festa do Ano Bom - Cambuquira (MG)
Ternos de Reis - Várias regiões de Minas Gerais (sul, norte e Zona da Mata)
Inauguração do telégrafo submarino entre Rio, Bahia, Pernambuco e Pará (1874)
Ocupação da cidade de Assunção (Paraguai) durante a Guerra do Paraguai (1869)
Morre o poeta inconfidente Alvarenga Peixoto (1793)
Descobrimento da Baía do Rio de Janeiro (1502)
02
Tomada de Paissandu, durante a Guerra do Paraguai (1865)
Dia Nacional da Abreugrafia
03
É criado o programa "Hora do Brasil" (1934)
Nasce Luís Carlos Prestes (1898)
04
Dia do Hemofílico
Dia da Criação do Estado de Rondônia
Nasce o poeta Casimiro de Abreu (1839)
Mem de Sá, terceiro Governador-Geral, chega ao Brasil (1558)
05
Criação da primeira tipografia no Brasil
Cordões de Reis - São Luís (MA) - Dias 5/6
Entrada triunfal dos brasileiros em Assunção (Paraguai) sob o comando de Caxias (1869)
06
Dia da Gratidão
Dia de Reis
Folia de Reis - Várias regiões do Piauí e litoral de São Paulo
Criação do Estado do Acre (1963)
Plebiscito que restabelece o sistema presidencialista no Brasil (1963)
Descoberta de Angra dos Reis (1502)
07
Dia do Leitor
Dia da Liberdade de Culto
Criação dos "Corpos Voluntários da Pátria", pelo Decreto Imperial nº 3371, para lutarem na Guerra do Paraguai (1865)
Criação de um governo central no Brasil por Carta Régia de Dom João III (1549)
08
Dia Nacional da Fotografia
Dia Nacional do Fotógrafo
09
Dia do Astronauta
Nasce o escritor João Cabral de Melo Neto, substituto de Assis Chateaubriand na Academia Brasileira de Letras (1920)
Dia da Bandeira do Paraná (1892)
Estabelecimento de eleições diretas no Brasil (1881)
Dia do Fico (1822)
Morr Nicolau Durand de Villegaignon, fundador da França Antártica na Baía de Guanabara (1571)
10
A bancada comunista eleita para o Congresso é cassada (1948)
Morre João Batista Vieira, herói da Insurreição Pernambucana (1681)
11
Dia do Controle da Poluição por Agrotóxicos
Nasce o escritor e poeta Oswald de Andrade (1890)
Nasce Augusto Severo, um dos primeiros homens a voar em balão dirigível (1864)
12
Marquês de Caxias assume o comando supremo dos aliados na Guerra do Paraguai (1865)
Ocupação da Guiana Francesa por tropas brasileiras em represália à invasão de Portugal (1865)
Fundação de Belém - PA (1616)
13
Dia do Internacional Leonismo
Morre o escritor irlandês James Joyce, autor de "Ulisses" (1941)
Criação do Museu Nacional de Belas Artes (1937)
Nasce escritor Franklin Távora (1842)
Morre Frei Caneca, herói da Confederação do Equador (1825)
Assinatura do Tratado de Madri (1750)
Dia do Enfermo
14
Dia do Enfermo
Dia do Empresário de Contabilidade
Criação da Diretoria-Geral de Estatística - Rio de Janeiro (1871)
Dia do Lavador e Manobrista de Carro (Belo Horizonte)
15
Dia da Imprensa Filatélica
Dia dos Adultos
Dia Mundial do Compositor
Presidente José Sarney lança o Plano Verão (1989)
Tancredo Neves é eleito presidente do Brasil (1985)
16
Instituição do Cruzado Novo - NCz$ (1989)
Inauguração da usina elétrica de Ilha Solteira (1974)
17
Dia dos Tribunais de Contas do Brasil
Morre o diplomata e político Joaquim Nabuco (1910)
Morre o educador Abílio César Borges, o Barão de Macaúbas (1891)
18
Castro torna-se sede da capital do Paraná (1894)
19
Morre o Marechal Cândido Rondon (1958)
Morre o poeta Alberto de Oliveira (1937)
20
Dia do Farmacêutico
Dia Nacional do Fusca
Dia do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
Criação do Ministério da Aeronáutica (1941)
Oficialização do Hino Nacional Brasileiro pelo decreto nº 171 (1890)
Nasce Euclides da Cunha, autor de "Os Sertões" (1866)
Início do combate para a expulsão dos franceses do Brasil (1567)
Fundação da cidade do Rio de Janeiro (1565)
21
Dia Mundial da Religião
Morre o escritor Aluísio Azevedo (1913)
Nasce o pintor Antônio Parreiras (1864)
22
Morte de Benjamin Constant (1891)
Vitória das armas brasileiras em Taquarembo, na guerra contra Artigas (1820)
Chegada de D. João VI à Bahia (1808)
Nasce a Imperatriz Leopoldina, primeira mulher de Dom Pedro I (1797)
Fundação de São Vicente, primeira vila do Brasil (1532)
23
Criação da Escola Militar (1855)
Conde Maurício de Nassau chega em Pernambuco (1637)
24
Dia da Constituição
Dia da Previdência Social
Dia Nacional do Aposentado
Promulgação da Constituição (1967)
Instituição do casamento civil no Brasil (1890)
25
Dia do Carteiro
Nasce o cantor e compositor Tom Jobim (1927)
Criação dos Correios e Telégrafos no Brasil (1663)
Fim da invasão holandesa no Brasil (1654)
Fundação da cidade de São Paulo (1554)
Fundação do colégio de São Paulo pelos padres Manuel da Nóbrega e José de Anchieta (1554)
26
Dia da Austrália
A Câmara dos Deputados aprova a censura de livros e periódicos (1970)
Morre o escritor Graça Aranha, autor de "Canaã" (1931)
Morre a ex-imperatriz do Brasil, Dona Amélia de Leuchtemberg, segunda esposa de Dom Pedro I (1871)
Fundação da cidade de Santos (SP)
27
Dia do Orador
Transferência da capital do Brasil de Salvador para a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro (1763)
Dia da Elevação do Brasil a Vice-Reinado (1763)
28
Dia do Comércio Exterior
Abertura dos portos brasileiros às nações amigas de Portugal (1808)
Morre Tomé de Souza, primeiro Governador-Geral do Brasil (1579)
29
Dia do Jornalista
Dia Mundial do Hanseniano
Morre o jornalista e romancista José do Patrocínio (1905)
30
Dia da Saudade
Dia de Gandhi
Dia do Portuário
Dia Nacional das Histórias em Quadrinhos
Dia da Não-Violência
31
Dia da Solidariedade
Dia Mundial do Mágico
Posse de Jânio da Silva Quadros como presidente do Brasil (1961)
Lançamento do primeiro satélite pelos Estados Unidos (1958)
Posse de Juscelino Kubitschek de Oliveira como presidente do Brasil (1956)
Posse de Getúlio Vargas como presidente do Brasil (1951)
Posse de Eurico Gaspar Dutra, presidente do Brasil (1946)
Martin Afonso de Souza chega ao Brasil (1531)

Notas

[1] É de suma importância para os limites desse breve ensaio definir o que estamos denominando por data. Portanto, para este autor tal conceito refere-se à demarcação cronológica, conforme seu sentido etimológico latino. Para uma discussão pormenorizada, ver: DECLERCQ, 2000.
[2] Sistema econômico que corresponde à acumulação de recursos financeiros (dinheiro) e materiais (prédios, máquinas, ferramentas) a partir da produção econômica e especulação financeira. O capitalismo, para Marx, é um determinado modo de produção de mercadorias que surge especificamente durante a idade moderna e que chega ao seu desenvolvimento completo com as implementações tecnológicas da revolução industrial. A idéia marxista de modo de produção não se restringe apenas ao âmbito econômico, mas estende-se a toda relação social estabelecida a partir da vinculação da pessoa ao trabalho. Para Weber, o capitalismo é o processo humano de acumulação de riquezas ao longo da história. Para uma ampliação dessa definição e discussão, ver: WOOD, 2001.
[3] Entendemos o conceito de Tempo Histórico conforme concebido por Carretero: “é, em realidade um meta-conceito, ou um conceito de ordem superior que engloba e inclui uma considerável diversidade de conceitos e noções temporais”. Op. Cit. CARRETERO, 1989. p. 115. Igualmente importante para Glezer é a idéia de datação como medida cronal para o campo da História, conforme diz: “para a História, o tempo é um elemento de articulação, como uma conexão causal, primária, extremamente elementar. É o tempo que vai permitir ao homem explicar os fatos, independente da vontade divina. O tempo vai também permitir a periodização, a criação de recortes temporais”. Op. Cit. GLEZER, 1991. p. 15.
[4] A discussão do pós-modernismo das estruturas cartesianas e mesmo newtonianas da história caminham na direção de uma rejeição de marcos regulatórios e cronológicos para a disciplina histórica. Tal discussão pode ser aprofundada em: MARBELA, 2006; ARÓSTEGUI, 2006. p. 175-252.
[5] A mitologia, mythos: designando um “discurso ritualístico” e logos: designando “uma história convincente, um argumento em ordem”, confronta duas ordens de narrativas que se interpenetram. Essa junção relaciona a mitologia à História, visando organizar a dispersão dos acontecimentos e lhe conferir sentido. Para uma discussão pormenorizada, ver: GRIMAL, 1992. [verbete: MITOLOGIA].
[6] Do grego Κρόνος, por vezes confundido com Chronos, Χρόνος. A etimologia do seu nome é obscura. Pode estar relacionada com “cornos”, sugerindo uma possível ligação com o antigo demônio indiano Kroni ou com a divindade levantina El. Ver: GRIMAL, 1992. [verbete: CRONOS].
[7] Na mitologia grega eram espíritos naturais femininos ligados a um local ou objeto particular. As Eríneas e as Melíades eram um tipo especial de ninfas, consideradas guerreiras e belicosas. Foram citadas por Homero como as mais ancestrais das ninfas. Enquanto as demais ninfas eram filhas de Zeus, as Melíades descendiam de Uranus. Para um aprofundamento sobre a classificação e sobre as diversas ramificações dessa classe, ver: GRIMAL, 1992. [verbete: NINFA].
[8] O mito das eras surge na Europa, principalmente em Hesíodo (século VIII-VII a.C.). Na citação do mesmo em: Os trabalhos e os dias. Hesíodo descreve a era da Raça dos Mortais Dourados. Nesta era, os humanos viviam em absoluta paz, despreocupados como os deuses porque eles nunca envelheciam e a morte era como cair no sono. A principal característica dessa era consistia na abundância, tornando a agricultura uma atividade supérflua. Esta característica também define quase todas as versões posteriores do mito. A Escola órfica mantinha convicções semelhantes. Alguns órficos identificaram a "era dourada" com a época do deus Fanes, que era o governante do Olimpo antes de Cronos. No século V a.C., o filósofo Empédocles enfatizou a idéia da paz original, inocência e harmonia em toda a natureza, inclusive na sociedade humana. Para um aprofundamento desse tema, ver: MOMIGLIANO, 2004. p. 21-84.
[9] O Tártaro era a personificação do Inferno. Neles estavam as cavernas e grutas mais profundas e cantos mais terríveis do reino de Hades, o mundo dos mortos, para onde todos os inimigos do Olimpo eram enviados e onde eram castigados por seus crimes. Na Ilíada, de Homero, representa-se como a prisão subterrânea ‘tão abaixo do Hades quanto a terra é do céu’. O Tártaro é personificado por um dos deuses primordiais, nascidos a partir do Caos. O poeta grego Hesíodo garante que uma bigorna de bronze cairia do céu durante nove dias até alcançar a terra, e que cairia outros nove dias até atingir o Tártaro. Sendo um lugar tão profundo no chão, está coberto por três camadas de noites, que se segue a um muro feito de bronze a cercar este distante subterrâneo. É um poço úmido, frio e desgraçadamente imerso na mais tenebrosa escuridão. Na Mitologia Grega, o Tártaro também é o local onde o crime encontra seu castigo. Para uma ampliação do tema, ver: GRIMAL, 1992. [verbete: TÁRTARO].
[10] Os mitos gregos têm várias versões para um mesmo tema. É comum diversas variações e mesmo contradições entre as cópias que sobreviveram. Para uma discussão sobre o tema, ver: HAMILTON, 1983.
[11] A ilha de tule será referenciada no livro de Antônio Diógenes: As coisas incríveis além da Tule, que, embora não tenha sido conservado, foi lido e resumido por Fócio e, faz uma espécie de exploração até os últimos limites do mundo conhecido. Para uma ampliação do tema, ver: HÄGG, 1989.
[12] O nome Delfos tem origem em Delphinios, um epíteto para Apolo originado em sua ligação com golfinhos. Atulamente, Delfos é uma moderna cidade grega conhecida por seu sítio arqueológico. Localizado no Planalto semicircular conhecido como Phaedriades, junto ao monte Parnaso, e ao vale de Pleistos, a 15 km a sudoeste localiza-se a cidade-porto de Kirrha, no golfo de Corinto. Em épocas antigas, era o local dos Jogos Píticos e do oráculo de Delfos, localizado no interior do templo dedicado ao deus Apolo. Delfos era reverenciado por todo o mundo grego como o omphalos, o centro do universo. Para uma ampliação de sua história, ver: GRIMAL, 1992. [verbete: DELFOS].
[13] Baal (em hebraico בַּעַל) é uma palavra semítica que significa: Senhor, Marido ou Dono. Esta palavra, em Hebraico, é cognata de outra em acádio: Bel, com o mesmo significado. A forma feminina de Baal é Baalath, o masculino plural é Baalin, e Balaoth no feminino plural. Esta palavra não tinha conotação exclusivamente religiosa, podendo ser empregada em relações pai e filhos não sendo obrigatória uma separação hierárquica. Há referência bíblica a Baal como um deus de ecrom, região da filistéia. Para um aprofundamento sobre o tema, ver: ELWELL, Vol I. 1988. p. 141-142 [termos: BAAL-SEBUBE e BAALI].
[14] Não existe acordo entre os historiadores e arqueólogos sobre os períodos exatos da História Antiga. O uso comum utiliza o termo Grécia Antiga para um vasto período de tempo, onde estão abrangidos os primeiros Jogos Olímpicos em 776 a.C. até à morte de Alexandre, o Grande em 323 a.C. O período seguinte é classificado de helenismo. Há referências de que os antigos gregos autodenominavam-se helenos, e a seu país chamavam Hélade. Os termos: grego e Grécia, são atribuídas aos romanos para os povos dessa região. Para um aprofundamento sobre as dificuldades de datação e classificação, ver: GIORDANI, 1984.
[15] Ver GUIRAND, 1971 e LAMAS, 1972.
[16] Entende-se o termo conforme seu original grego kosmos (ordem, universo), Logos (discurso racional). A partir do século XVII, ficou amplamente conhecido como: ciência do mundo ou do universo em geral. Para uma discussão pormenorizada, ver: REALE, Vol I, 11-72.
[17] Antiga festividade da religião romana dedicada a Saturno. Celebrada inicialmente no dia dezessete de dezembro, foi estendendo-se ao longo dos tempos até atingir uma semana de celebrações, terminando no dia vinte e três. Estas festas estavam relacionadas à colheita e suas longas tradições à idade do ouro. Ver: GRIMAL, 1992. [verbete: SATÚRNIAS].
[18] Giorgio Vasari (1511-1574). Pintor e arquiteto italiano conhecido principalmente por suas biografias de artistas italianos. Conhecido como o primeiro historiador da arte, através de seu livro: Vite ou Le Vite delle più eccellenti pittori, scultori, ed architettori, onde registrou a biografia dos principais artistas do Renascimento. Publicado pela primeira vez em 1550, incluía um tratado das técnicas empregadas. Para uma ampliação de sua biografia, ver: http://biografie.leonardo.it/biografia.htm?BioID=1243&biografia=Giorgio+Vasari.
[19] Francisco José de Goya y Lucientes (1746-1828). Pintor e gravador espanhol. um dos grandes mestres da pintura espanhola e da gravura mundial dos séculos XIX e XX. Filho do mestre José de Goya e de Gracia Lucientes, iniciou os estudos em Saragoça, com o pintor José Luzán. Posteriormente, foi pupilo do pintor da corte espanhola, Francisco Bayeu. Já no final de sua vida Goya cobriu as paredes de sua Quinta del Sordo com as famosas "pinturas negras", as últimas e mais misteriosas. Uma delas, "Saturno devorando a un hijo" (1815) se encontra atualmente no Museu do Prado, é uma das pinturas mais horrendas jamais pintadas. Esta pintura constitui uma referência aos conflitos internos de Espanha, durante o reinado absolutista de Fernando VII. Outros consideram que esta fase foi reflexo da degradação da sua saúde física e mental. Para uma ampliação de sua biografia, ver: AGUILERA, 1933.
[20] Ver: SULIVAN, 1992.



Índice Bibliográfico

AGUILERA, Emiliano M. Francisco Goya. Madrid, EDICIONES ENCICLOPÉDICAS ILUSTRADAS IBERIA, 1933.
ARÓSTEGUI, Julio. A pesquisa Histórica: Teoria e Método. Bauru, EDUSC, 2006.
CARRETERO, Mario, POZO, Juan Ignacio e ASENSIO, Mikel (Orgs). La Enseñanza delas Ciencias Sociales. Madrid, VISOR, 1989.
DECLERCQ, Georges. Anno Domini: The origins of the Christian era. Turnhout, BREPOLS, 2000.
ELWELL, Walter A. (Edt). Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã. III Vols. São Paulo, VIDA NOVA, 1988.
GIORDANI, Mário Curtis. História da Grécia: Antigüidade Clássica.Vol I. 3ª. Ed. Petrópolis, VOZES, 1984.
GLEZER, Raquel. O Tempo na História. In: REVISTA DO IEA/USP. São Paulo, USP, fev. 1991.
GRIMAL, Pierre. Dicionário de mitologia grega e romana. Rio de Janeiro, BERTRAND, 1992.
GUIRAND, Félix. (Org). Mythologie Générale. Espanha, EDITORIAL LABOR, 1971.
HÄGG, Tomas. The Novel in Antiquity. [Collected Ancient Greek Novels].Oxford, BERKELEY, 1989.
HAMILTON, E. A Mitologia. Lisboa, DOM QUIXOTE, 1983.
LAMAS, Maria. Mitologia geral: o mundo dos deuses e dos heróis. II Vols. Lisboa, ESTAMPA, 1972.
WOOD, Ellen Meiksins. A origem do capitalismo. São Paulo, JORGE ZAHAR EDITOR, 2001.
REALE, Giovanni. História da Filosofia. III Vols. São Paulo, PAULUS, 1990.
SULIVAN, Erin. Saturno em trânsito. São Paulo, SICILIANO, 1992.

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