Radiografia do ensino da religião nas escolas da Europa



Acontece em Estrasburgo uma reunião sobre educação católica e liberdade religiosa


O ensino da religião na escola encontra dificuldades culturais e jurídicas em alguns países da Europa, ainda que na maioria se dê este ensino de alguma forma. Assim assinalou o informe «O ensino da religião, valor para a Europa», apresentado nesta segunda-feira, 4 de maio, na sede do Conselho da Europa de Estrasburgo, em uma reunião sobre educação católica e liberdade religiosa na Europa, promovida pelo Conselho de Conferências Episcopais da Europa (CCEE). Segundo informou L'Osservatore Romano em sua edição de 6 de maio, o estudo indica que em quase todos os países da Europa há alguma forma de ensino da religião. São a exceção a Bulgária, Belarus e grande parte da França. Na Bulgária, há poucos católicos e por isso é muito difícil organizar um curso de religião.

Em Belarus, a Igreja Ortodoxa está estudando, com o Ministério da Educação, a possibilidade de introduzir um curso de educação ortodoxa na escola, enquanto a Igreja Católica apresentou um programa para cursos voluntários de religião. No caso da França, o estudo se refere a Alsácia e Mosela como as únicas regiões do país onde o ensino da religião nas escolas não encontra obstáculos relevantes.

A educação religiosa nas demais nações segue duas fórmulas principais: uma baseada no modelo da ciência das religiões, dirigida diretamente pelo Estado, e a outra, do ensino da religião com conteúdo confessional, na qual a Igreja tem um papel ativo. O secretário-geral da CEI, Dom Mariano Crociata, assinalou, ao apresentar o estudo, que «o ensino da religião oferece uma valiosa contribuição para o conhecimento e a compreensão da tradição cultural do Ocidente que, em sua longa história, esteve profundamente marcada pelo cristianismo». Estudar religião também «leva a confrontar-se com as grandes questões do homem, sua relação com Deus, com o meio ambiente e com o mundo que o rodeia», acrescentou.

Para Dom Crociata, a Igreja pode contribuir, com o ensino da religião na escola, «para a construção da nova Europa e para o desenvolvimento de uma plena cidadania europeia», cidadania que, segundo ele, consegue-se «com o conhecimento das tradições e da identidade que marcou nosso continente e que hoje se entrelaça cada vez mais com outras, no contexto de uma Europa plural, multicultural e multirreligiosa». A reunião da segunda-feira incluiu uma mesa redonda sobre as instituições europeias e o ensino da religião, na qual estava prevista a participação de representantes eclesiais e também de políticos.

Antes desse debate, o presidente do CCEE e primaz da Hungria, cardeal Péter Erdo, destacou em um discurso a importância da educação religiosa em meio à crise atual. «Em uma época na qual muitos percebem os sinais de uma crise, não só econômica ou financeira, mas sobretudo de valores e do sentido da vida, a educação religiosa pode desempenhar um papel decisivo», disse o cardeal.

«Por isso, a Igreja sente o dever de continuar educando os jovens, fazendo todo o possível para dar-lhes uma educação de alto nível – acrescentou. Se a religião é co-natural à vida dos homens, seu ensino deve estar presente onde quer que se eduque e, portanto, nas escolas e em todos os fóruns do mundo atual.» O cardeal afirmou: «Cremos que as religiões em geral e o catolicismo em particular dão à vida uma perspectiva nova e um horizonte mais amplo, e a tornam mais humana e capaz de gerar uma sociedade mais solidária e cheia de esperança».

Fonte: http://www.zenit.org

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