Diários de Viagem III - Estado do Vaticano







Visitei o Vaticano como quem vai a uma missa. Com reverencia e respeito por uma história milenar. História de seres humanos, repleta de horror e beleza, contrastes e contradições. Que o Vaticano representa tudo isso nenhum historiador pode negar, por conta de partidarismos e posicionamentos políticos que julgam a história antes mesmo de tentar compreendê-la. Fui em uma tarde chuvosa, o que só aumentou ainda mais a sensação de ardor por todo um momento de expectativa e de estupefação. Gente de todas as tribos e raças, centenas de idiomas e gestos de admiração a cada descoberta. O brilho nos olhares disputava com os flashes das câmeras e com a iluminação artificial das filmadoras. Não há paralelo mais preciso do que grandiosidade e pequenez diante de tanto esplendor e riqueza. Parte da história da humanidade reunida em um espaço tão pequeno a comprimir um universo de sorrisos e expressões de alegria diante do que o ser humano pode realizar.

Conhecer parte da história e revê-la ao vê-la é uma sensação de pertencimento e desprendimento tão intensa que leva-se tempo para processar as emoções e racionalizar o que não se deve tentar fazer.

Como disse, era uma tarde chuvosa mas o que mais inundou foi o coração.

Um pouco de história....

O Vaticano é um Estado soberano desde 11 de fevereiro de 1929. É governado pelo papa, único monarca absoluto da Europa. A cidade, com cerca de 500 habitantes, tem seu próprio correio, banco, moeda, sistema judiciário, rádio, lojas e um jornal diário, l'Osservatore Romano. O Vaticano foi reconhecido por um acordo realizado através do Tratado de Latrão, assinado por Benito Mussolini e o Papa Pio XI em 11 de Fevereiro de 1929. As terras tinham sido doadas em 756 por Pepino, o Breve, rei dos francos. Durante um período de quase mil anos, que teve início no império de Carlos Magno no século IX, os papas reinavam sobre a maioria dos Estados temporais do centro da península itálica, incluindo a cidade de Roma, e partes do sul da França. Durante o processo de unificação da península, a Itália gradativamente absorveu os Estados Pontifícios. Em 1870, as tropas do rei Vítor Emanuel II entraram em Roma e incorporaram a cidade ao novo Estado. Em 13 de março de 1871, Vítor Emanuel II ofereceu como compensação ao Papa Pio IX uma indenização e o compromisso de mantê-lo como chefe do Estado do Vaticano, um bairro de Roma, onde ficava a sede da Igreja (as leis de garantia). Porém, Pio IX não aceitou esta imposição e travou-se uma guerra de palavras e tentativas de sua influência entre o Papa e as autoridades do Estado. Pio IX proibiu os católicos italianos de votar nas eleições do novo reino. Essa questão, denominada de “Questão Romana”, só teve fim em Fevereiro de 1929, quando Benito Mussolini e o Papa Pio XI assinaram o Tratado de Latrão, pelo qual a Itália reconheceu a soberania da Santa Sé sobre o Vaticano, declarado Estado soberano, neutro e inviolável. Grande parte do Vaticano está envolvida pela cidade de Roma. O Vaticano detém um vasto patrimônio espalhado por toda a cidade de Roma, com estatuto de propriedade do Vaticano, operando como pequenos enclaves dentro da cidade de Roma.
O Vaticano é o menor de todos os estados independentes do mundo, com 0,44km², encravado na parte norte da cidade de Roma, na Itália. A entrada é realizada pelo pórtico do muro de 12 metros de altura que rodeia este país. Dentre as centenas de monumentos e lugares famosos, destacam-se a Basílica de São Pedro, que começou a ser construída no ano 315, por ordem do imperador Constantino, e remodelada entre 1506 e 1626, a Praça de São Pedro, e a Capela Sistina, erguida entre 1475 e 1483, durante o pontificado do Papa Sisto IV. Situada à frente da praça, a Basílica de São Pedro guarda embaixo do altar principal o tumulo de Pedro, segundo a tradição da Igreja. Os museus do Vaticano guardam relíquias colecionadas pelos papas, tesouros etruscos, egípcios, gregos, trabalhos de Leonardo Da Vinci, telas de Rafael e obras de Michelangelo, como os afrescos pintados no teto da Capela Sistina, como o Gênesis e O Juízo Final. Também na capela, encontram-se as paredes decoradas com afrescos de expoentes do renascentismo, como Botticelli e Signorelli. Na Capela está a Pietà, a escultura mais conhecida de Michelangelo.

Estando em qualquer lugar de Roma, é fácil chegar ao Vaticano. Basta desembarcar na Estação Termini e terá várias opções para completar o caminho como a passagem de ônibus que sai da estação.

Fonte: Elton-diário de viagem; Ministério do Turismo Italiano; site do vaticano.

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