Ele chegou. E não morde - Por Paola Teodoro


MAIS CONHECIDO PELO NOME DE E-READER, O LEITOR ELETRÔNICO FEZ ESTREIA NA FEIRA EM DEBATE SOBRE NOVAS TECNOLOGIAS


O que acontece quando sua mãe lê um e-book? Algo parecido com o que acontecia quando sua bisavó andava em carro a motor ou quando sua avó trazia para casa o primeiro aparelho de TV: o mundo está girando. Essa foi a ideia central da mesa redonda da Sony reader – visualizador eletrônico de textos: “Quando sua Mãe Lê um e-book, É Sinal que Algo Mudou”. O encontro, no Centro Cultural CEEE Erico Verissimo, tratou da transformação sofrida pela cultura da leitura sob o impacto das novas tecnologias. Tudo por conta da chegada dos livros digitais. Os aparelhos que armazenam virtualmente obras literárias inteiras são a nova febre de quem gosta de tecnologia e de literatura. Não por acaso, a estrela do encontro não foi nenhum dos participantes, mas um pequeno aparelhinho um pouco maior que um iPhone: um Com a mesma empolgação da novidade chegam algumas preocupações: estaremos assistindo ao fim do livro impresso? Livro digital é de graça? Como ficam os direitos autorais dos escritores? Vale a pena inlcuir novos recursos? Ainda que com muitos questionamentos, o editor-chefe da Edipucrs, Jorge Campos da Costa, lembra que a questão envolve, acima de tudo, a escrita: " Saibro, papiro, pergaminho, papel, tela de computador, telefone, não interessa o meio. O que sobrevive ao longo dos tempos é a escrita. Aos instrumentos a gente se adapta".

Tecnologia cria um novo perfil de leitor

Na maioria dos casos, os instrumentos servem como facilitadores. Tome-se como exemplo a história da professora Eloisa Menezes Pereira. Lecionando Língua Portuguesa para a 5ª série da Escola Estadual Almirante Álvaro Alberto da Motta e Silva, na Vila Barracão, na Grande Cruzeiro, ela estimulou a edição do primeiro livro digital do projeto Faça um e-book na Escola, batizado de Brincando com os Sentidos. "Seria um processo bem mais complicado e mais caro um projeto de livro impresso. E como esse projeto é voluntário, a escola não tem custo algum", explica Eduardo Melo, da Editora Plus, especializada em livros eletrônicos e responsável pela iniciativa beneficente. Se por um lado o e-book proporciona essa amplitude e abrangência, ele também determina um novo perfil de leitor. E até mesmo de autor. Os novos escritores terão acesso facilitado ao mercado. Os consagrados estão sendo pressionados a encontrar novas formas de abordagem, novos recursos. "Talvez Paulo Coelho não fizesse tanto sucesso se lançasse apenas no formato digital, porque o público é diferente. Tem a ver com a forma de vida do leitor. Costumo dizer que o impresso a gente lê e o digital a gente navega"  resume Campos da Costa.

O QUE MUDA COM A NOVIDADE

Para o editor da Edipucrs, Jorge Campos da Costa, a chegada do e-book faz o livro deixa de ser o centro exclusivo do processo de leitura. O novo aparelho faz parte de um contexto tecnológico e cultural em que existem muitos objetos de informação. Campos da Costa ainda lembra que o livro impresso resistiu bravamente a toda a informatização do mundo: "De todas as mídias, só faltava o livro entrar no novo cenário. A música, o vídeo, a TV, o jornal já têm outra cara, e diferentes modos de captação, há muito tempo. O livro está sendo o último. As livrarias devem continuar cheias durante um bom tempo", afirma o editor da Edipucrs.

Fonte: http://zerohora.clicrbs.com.br [com adaptações]

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