Fórum Social Mundial 2010




A décima edição do Fórum Social Mundial (FSM) começou nesta segunda-feira (25/01) e comemora com discussões e novas parcerias internacionais os avanços na defesa das principais bandeiras do movimento. O evento que se opõe ao "imperialismo, ao neoliberalismo e qualquer forma de domínio do mundo pelo capital" terá eventos em Porto Alegre e também na Bahia.

A participação do presidente Lula no fórum foi confirmada para a terça-feira (26), em Porto Alegre. Na sequência, o presidente viaja no dia 28 para receber o prêmio de estadista do ano no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça. Voltado para a questão social, o FSM articula "movimentos sociais, redes, ONGs e outras organizações da sociedade civil".

"O Fórum surgiu no contexto do claro domínio da expansão da globalização, neoliberal. Éramos tido como loucos, mas não fomos nós que construímos a crise. O Fórum tinha razão", afirma o sociólogo Cândido Grzybowskio, diretor do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômica (Ibase) e um dos fundadores do FSM.
Temos que mudar hábitos arraigados dentro de nós, no nosso comportamento, no dia-a-dia. Nossas entidades têm funcionários. Temos que rever a maneira como tratamos nossos semelhantes. Temos que saber agir sem precisar de o papai fórum nos dizer o que fazer”, disse o organizador Oded Grajew ao participar da mesa de abertura do evento, em Porto Alegre. Ao fazer um balanço de dez anos do evento, Grajew lembrou que o FSM é um espaço de mobilização e discussão, que facilita o encontro entre setores sociais, que devem atuar em rede para avançar, principalmente na questão ambiental. “Se a gente não mudar o modelo de desenvolvimento, a espécie humana corre risco de extinção neste século.Nenhuma organização sozinha consegue ir além de determinados limites desafios que hoje são globais”. 


Para Oded Grajew, esta é a grande sacada: a mobilização em conjunto.


“Não tem causa mais importante. Levo adiante a missão da reforma agrária. Quero ter parceiros, gente e organizações que possam ajudar também na questão feminista, na economia solidária”.  Neste ano, Kpomassé, Madri e Praga também receberão atividades. No Brasil, os eventos começaram em Santa Maria (RS) na semana passada, com o I Fórum Social e a I Feira Mundial de Economia Solidária. O "Fórum Social 10 anos" começa na segunda-feira (25). Entre terça (26) e quinta-feira (28) ocorre o Fórum Mundial de Teologia e Libertação em São Leopoldo. Em Salvador, o Fórum Social Temático da Bahia ocorre entre sexta-feira (29) e domingo (31). Na capital baiana, o tema do evento será "Da Bahia a Dacar: enfrentar a crise com integração, desenvolvimento e soberania". Diversos ministros são esperados, entre eles Tarso Genro (Justiça), Luiz Dulci (Secretaria-Geral da Presidência da República), Carlos Luppi (Trabalho), Carlos Minc (Meio Ambiente), Paulo Vannucchi (Secretaria Especial de Direitos Humanos), Fernando Haddad (Educação).


Perfil dos participantes
De acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômica (Ibrase), dos 150 mil participantes do FSM realizado em 2009 em Belém, 30 mil eram estrangeiros. Jovens entre 18 e 24 anos representam 34% dos participantes, o maior grupo. Entre os brasileiros, 39% tinham nível superior incompleto. A pesquisa destaca ainda que 76% dos inscritos eram estreantes em atividades do FSM. “Em Belém foi muito grande, surpreendente, o número de amazônicos, a presença do jovem e o número de pessoas que compareceu pela primeira vez”, diz Grzybowskio. No ano em que o debate sobre a Amazônia foi marcante, 21% dos foristas disseram estar mais ligados à causa ambiental, enquanto o segundo maior grupo era dos interessados na defesa dos direitos humanos, com 12%.

Fonte: http://g1.globo.com

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