Marujinho cai no samba trazendo as cores e a cultura da África - Por Caroline Tatsch




Uma aula de história e cultura em pleno carnaval.


Isso é o que pretende proporcionar aos foliões a Sociedade Recreativa Aí Vem os Marujos, no desfile do Carnaval 2010 de Novo Hamburgo. Com o tema-enredo Lá vem mostrar os Marujos muitas cores na África, muitas Áfricas no Brasil... a travessia da bravura de um povo aguerrido, a escola de samba quer mostrar a chegada dos africanos no País, representar sua cultura, coragem e bravura. O contexto histórico, a religião, a transformação de seu mundo e sua influência no povo são alguns dos principais temas abordados pela Aí Vem Marujos.

 
Muitas cores, palhas e colares vão compor os figurinos dos que vão representar a cultura dos negros africanos. Povos serão representados por Iemanjá e outros orixás, que também aparecem no desfile. A autora do tema-enredo Sabrina Inácio Schiling explica que o desfile deve mostrar a coragem e a luta desses povos. A influência na música e no vestuário será um destaque no desfile. "Queremos apresentar o que cada brasileiro tem de negro dentro de si e que apesar das diferenças, somos todos iguais", explica Sabrina, dizendo que será mostrado o africanês existente em nosso País, no nosso corpo e na nossa alma.

 
Segundo a presidente da escola, Alícia da Silva Costa, 74 anos, tudo está sendo preparado com muito amor e dedicação, envolvendo os 350 componentes da escola. "Mesmo os poucos recursos e um espaço pequeno para nos reunirmos, não impedem que nossa alegria e nossos encontros de todos os fins de semana, resultem em um belo trabalho para o público." Conforme o presidente do Conselho Deliberativo Darci Costa, 79 anos, existe apenas um segredo para tanta dedicação. "É o amor pelo carnaval." Costa conta que há 59 anos, a escola era apenas um grupo carnavalesco com 30 integrantes e com o tempo foi crescendo cada vez mais.

 
Suor e trabalho duro antes do desfile

Para as escolas de samba, o carnaval inicia bem antes do desfile. É preciso muito suor e trabalho para que saia tudo em ordem na avenida. A doméstica Maria Regina Ilha, 54 anos, meses antes do carnaval também exerce a função de costureira. "Faz mais de 11 anos que desfilo no carnaval, que é tudo de bom na minha vida", afirma Maria. O filho dela, Cristiano Raimundo Ilha, 36, participa do carnaval por outra escola. "Mas eu não me importo, mesmo assim somos unidos e nos damos bem", conta ela, ressaltando que está trabalhando em dobro. "Vale a pena o esforço", afirma.


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