"Estados Novos, Estado Novo" de Luís Reis Torgal vence primeira edição do Prémio Joaquim de Carvalho

A obra: "Estados Novos, Estado Novo" de Luís Reis Torgal foi considerada, pelo júri do Prémio Joaquim de Carvalho, como o melhor trabalho de investigação e de divulgação científica editado pela Imprensa da Universidade de Coimbra em 2009, de entre as 52 obras publicadas no ano passado.



A actualidade do tema e a sua conformidade com o espírito do Prémio Joaquim de Carvalho, que era o director da Imprensa da Universidade de Coimbra quando esta foi encerrada por Oliveira Salazar em 1934, bem como o rigor científico do trabalho, a utilidade da obra como instrumento precioso de apoio a futuras investigações, o interesse que pode suscitar num público alargado e a qualidade e clareza da redacção, foram as razões invocadas pelo júri na atribuição do Prémio à segunda edição de "Estados Novos, Estado Novo".

 
«É uma obra de referência: Não se fará a história do Estado Novo sem passar por esta obra. É um livro que parte do trabalho que Luís Reis Torgal fez ao longo de 20 anos, reformulado e interligado de forma a criar uma obra original e harmoniosa», afirmou João Gouveia Monteiro, director da Imprensa da Universidade de Coimbra, durante a conferência de imprensa hoje realizada. Gouveia Monteiro considerou ainda que com a descoberta recente na Torre do Tombo do chamado 'arquivo perdido de Salazar', as novas reflexões sobre este período da História de Portugal terão um apoio fundamental neste trabalho.

 
O livro, que se divide em dois volumes num total de 1119 páginas, é uma caracterização do Estado Novo de Salazar nos seus aspectos políticos e culturais. Reis Torgal, investigador do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX (CEIS20) da Universidade de Coimbra e professor catedrático aposentado da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), abordou nesta obra as várias tendências que visavam a formação de concepções diferentes de 'Estados Novos', mas também as experiências de tipo corporativo que se verificaram no mundo, sobretudo o Fascismo italiano. Não deixou ainda de abordar questões sensíveis, como a relação do Estado Novo com o fascismo (em sentido genérico) e até com o totalitarismo.

 
Co-fundador e ex-coordenador científico do CEIS20, Luís Reis Torgal dirigiu durante vários anos o Instituto de História e Teoria das Ideias da FLUC, que ajudou a fundar. Foi ainda fundador e director da "Revista de História das Ideias" e da revista "Estudos do Século XX". Leccionou disciplinas de História Moderna e Contemporânea e de Teoria da História na Universidade de Coimbra e ensinou também em outras universidades públicas portuguesas e estrangeiras. Desde 1982 que se dedica predominantemente ao estudo do Estado Novo de Salazar.

 
O Prémio Joaquim de Carvalho, no valor de 3000 Euros, será entregue em data a anunciar. A sua criação teve por intuito divulgar a actividade editorial da Imprensa da Universidade de Coimbra e homenagear o seu antigo director. O júri da primeira edição do Prémio foi composto por cinco professores de várias áreas do saber da Universidade de Coimbra, Alexandre Sá (Faculdade de Letras), Manuel Maria Godinho (Faculdade de Ciências e Tecnologia), Joaquim Feio (Faculdade de Economia), Fernando Ramos (Faculdade de Farmácia) e Salomé Marivoet (Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física), e presidido por João Gouveia Monteiro, director da Imprensa da Universidade de Coimbra.
 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

"Negociar e acomodar identidade religiosa na esfera pública"

Pesquisa científica comprova os benefícios do Johrei

A fé que vem da África – Por Angélica Moura