Liberdade religiosa. Durão Barroso diz que cada estado-membro deve decidir - por Mariana de Araújo Barbosa

Comissão Europeia defende que decisão sobre uso de símbolos religiosos deve ficar a cargo de cada país



 
Estreitar a cooperação entre a Europa e as instituições religiosas. O objectivo número um da Comissão Europeia, anunciado ontem por Durão Barroso depois do encontro com líderes religiosos europeus, tem como base o previsto no Tratado de Lisboa: um "diálogo aberto, regular e transparente".

O presidente da Comissão Europeia sublinhou a necessidade de "contar com a ampla e profunda experiência das instituições religiosas no combate à pobreza e à exclusão social". Para isso, pretende levar a cabo "acções concretas e precisas" para estreitar a cooperação com as instituições religiosas.

Esther Mucznik, da comunidade judaica em Portugal, defende que a resposta aos problemas sociais que envolvem as diferentes religiões não passa por legislar. "A tendência é para aumentarem os problemas, mas não acho que se resolva a situação com qualquer tipo de legislação. Acredito que os líderes religiosos devem ter a coragem de dizer a cada um dos seus fiéis que devem adaptar-se às situações de cada país", considera Mucznik.

Durão Barroso disse que nenhuma decisão sobre a burca ou qualquer outro símbolo religioso é da competência da União Europeia, que se trata de questões "nacionais". "Sabemos que há várias respostas nos diferentes estados-membros, mas acreditamos que se trata de uma responsabilidade nacional e que por isso as instituições europeias não devem dar resposta a este assunto", disse.

"A burca é perigosa do ponto de vista da segurança, porque esconde tudo. E depois é profundamente anti-social, porque a comunicação define-se pelo contacto, que é impossível nesses termos", disse ao i Esther Mucznik.

No encontro em Bruxelas estiveram presentes o Presidente do Parlamento Europeu, Jerzy Buzek, e o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy.

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