Um encontro para a História - Por Gefferson Rodrigues

Mais de 6 mil pessoas compareceram na “festa” de comemoração dos 50 anos da Anpuh: foram mais de cem simpósios em menos de uma semana.


Quando no ano de 1961 os historiadores Francisco Falcon, Alice Canabrava, Maria Yedda Linhares e muitos outros se reuniram na cidade de Marília, interior de São Paulo, não tinham em vista criar uma instituição que sobreviveria décadas a fio. Na ocasião os professores se reuniram para discutir “apenas” o currículo do curso de História. Acabaram criando a Associação Nacional dos Professores Universitários de História, mais tarde transformada simplesmente em Associação Nacional de História, a Anpuh.
 
Mais de 6 mil pessoas compareceram na “festa” de comemoração dos 50 anos da Anpuh, que contou o apoio da Revista de História da Biblioteca Nacional – era possível fazer assinaturas e ter acesso às edições anteriores. O evento, do dia 17 de julho ao dia 22 com mais de cem simpósios temáticos, superou o anterior em número de público. Além do aniversário de meio século, a localização ajudou: a Universidade de São Paulo. A USP abriga um dos mais antigos e maiores programas de pós-graduação em história no país. Algumas das histórias da História foram relembradas pelo próprio Falcon, em sua conferência “Memória e História: a fundação da Anpuh” realizada no Anfiteatro da Biblioteca, no prédio da Geografia e História da USP.
 
Em um entre os muitos simpósios, um fato pitoresco chamou a atenção. “Império e colonização: economia, sociedade e política na América portuguesa”, oferecido pelos professores da USP Rodrigo Ricupero e Vera Ferlini, procurou reunir trabalhos que discutam o tema da administração antes da independência. A certo momento, o professor da Universidade Federal da Paraíba Ângelo Emilio da Silva tratou do governo Pedro Monteiro (1734 a 1744) que, inconformado por não ter realizado uma boa gestão à frente da Paraíba, mandou escrever curioso epitáfio em sua lápide.
 
Aqui jaz Pedro Monteiro de Macedo que, por governar mal esta Capitania, quer que todos o pisem e a todos pede um Padre Nosso e Ave Maria, pelo amor de Deus. 1744.
 
O governador não deixou de ter sobre seus feitos a consciência que falta a muitos hoje em dia. O próximo encontro, daqui a dois anos, acontecerá em 2013 em Natal, no Rio Grande do Norte. Fica a expectativa de mais um encontro histórico.
 

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