Os muçulmanos do norte dos Camarões defende-se de todo contacto com a seita islamista Boko Haram, responsável da violência na Nigéria vizinha, noticiou à AFP.

"Não conhecemos Boko Haram. Trata-se dum problema que concerne à Nigéria e não aos muçulmanos do norte dos Camarões", afirma sob anonimato um dignatário religioso na vila de Maroua.

Para os dignatários, "o nosso trabalho é ensinar o Corão aos fiéis, recusando qualquer ligação com à seita islamista, que preconiza a aplicação restrita da charia".

Maroua, à menos de 70 quilómetros da fronteira com à Nigéria, a oeste dos Camarões, é a capital da região do Extremo-Norte, maioritariamente muçulmana.

Nas ruas, os habitantes mostram-se receosos pela sua suposta ligação com esse movimento sectário, pelo facto de alguns dos seus membros terem sido ali assinalados no passado, assim como também em Douala (sul), a capital económica do país. As autoridades regionais recusam-se a prestar qualquer informação sobre o assunto.

Os Camarões são constantemente considerados como base de esconderijo para alguns membros da seita baseado na Nigéria e o movimento procura recrutar novos simpatizantes no norte do país, segundo rumores postos a circular.

Na semana passada, o Lamido (chefe local), reuniu todos os imams de Maroua, assim como os predicadores"para abordar esse fenómeno", informa Boubakari Arouna, imam e secretário para a educação islâmica da região.

O governo camaronês decidiu por seu turno, acentuaro controlo das mensagens na mesquita do norte, com vista a impedir a propagação da ideologia, nomeadamente o anti-cristianismo.

"Um verdadeiro muçulmano não faz mal. Condenamos todo o acto de violência e rezamos para que o que se passa na Nigéria não transborde aqui no país", disse por seu turno, um professor de Corão, Djibrill Dairou.

A seita Boko Haram, é a autora material de centenas de vítimas nos últimos anos, sobretudo  no nordeste da Nigéria,  assim como na capital Abuja, em particular contra cristãos e as forças da ordem.

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