Igreja «não aceitará» cortes no apoio espiritual a doentes


O arcebispo de Braga disse em Fátima que a Igreja Católica Portuguesa não será sensível a desculpas de âmbito económico que possam interferir no apoio espiritual aos doentes em estabelecimentos privados ou públicos, noticia a Lusa.

«Não poderemos aceitar desculpas de ordem económica ou de qualquer outra ordem que impeçam o exercício do direito de assistência social» que, salientou, a lei reconhece «como uma necessidade essencial, com efeitos relevantes na relação com o sofrimento e a doença, contribuindo para a qualidade dos cuidados prestados», disse José Ortiga, que é também presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Nacional.

No final da sua intervenção, na abertura do XXIV Encontro Nacional da Pastoral da Saúde, o prelado explicou que há de facto um entendimento sobre a assistência espiritual com o Estado, no setor público, mas não com todas as instituições privadas.

«É apenas um sublinhado», destacou, garantindo que «não existe uma preocupação especial» que o tenha levado a lançar este assunto para a discussão dos trabalhos.

No início do discurso, que marcou o encerramento da sessão da parte da manhã, Jorge Ortiga alertou os participantes que não se podem focar «exclusivamente numa atitude de exigência aos poderes políticos ou de denúncia de anomalias estruturais».

O arcebispo de Braga defendeu que «a comunidade cristã deve intensificar um dinamismo interno que seja capaz de assumir e acompanhar quem sofre ou necessita de determinados cuidados».

Afinal, acrescentou, pertence à missão da Igreja «denunciar e propor alternativas», mas sempre «com responsabilidade», nunca utilizando «a denúncia pela denúncia».

A intervenção de José Ortiga foi realizada na sessão da manhã que marcou o arranque dos trabalhos do XXIV Encontro Nacional da Pastoral da Saúde, que decorre em Fátima até ao próximo sábado.

A iniciativa, promovida pela Comissão Nacional da Pastoral da Saúde da Igreja Católica Portuguesa, está subordinada ao tema «Cuidados de Saúde, Lugares de Esperança (A Saúde em Portugal)».

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