Atentado contra fundação religiosa xiita mata 18 em Bagdá


Pelo menos 18 pessoas morreram e mais de 50 ficaram feridas nesta segunda-feira em um atentado suicida contra a sede de uma fundação religiosa xiita no centro de Bagdá, informaram fontes médicas.

O atentado com carro-bomba no bairro de Bab al-Muadham aconteceu em meio a disputas entre fundações representantes das comunidades xiita e sunita do Iraque pelo controle do importante mausoléu muçulmano de Al-Askari em Samarra (110 km ao norte de Bagdá).

Sami al-Massudi, vice-diretor da fundação atacada em pleno centro de Bagdá, afirmou que a sede ficou completamente destruída na explosão.

"Não acusamos ninguém, mas pedimos ao povo do Iraque e, especialmente, aos filhos de nossa religão que enterremos o machado, porque há um plano para iniciar uma guerra civil, uma guerra entre seitas no Iraque", disse Massudi.

Ele também ressaltou que a fundação já havia recebido ameaças nos últimos dias em consequência da disputa pelo mausoléu xiita de Al-Ashkari, que fica em uma cidade de maioria sunita.

O célebre mausoléu com a cúpula dourada foi alvo de um brutal ataque suicida em fevereiro de 2006 que iniciou a sequência de confrontos religiosos violentos no país. Massudi e e seus auxiliares produziram recentemente documentos que defendem a administração do mausoléu pelos xiitas, o que iniciou uma grande polêmica com os sunitas.

"O caso do mausoléu de Al-Askari é um assunto legal e constitucional e é nosso direito, porque é um mausoléu xiita", disse Massudi. Forças de segurança isolaram a região do atentado e impediram a aproximação dos curiosos.

Muitos veículos e edifícios próximos à sede da fundação foram atingidos pela explosão, ao mesmo tempo em que helicópteros sobrevoavam a área. O ataque aconteceu menos de uma semana depois de uma série de explosões na capital do Iraque que deixaram 17 mortos, no dia 31 de maio.

O aumento da violência e dos ataques com bombas coincide com o agravamento da tensão política, no momento em que diversos partidos políticos exigem a queda do primeiro-ministro Nuri al Maliki.

A violência no Iraque teve o ápice em 2006 e 2007, mas recentemente os ataques registraram uma queda. No mês de maio, 132 iraquianos morreram em atos de violência, segundo os números oficiais do governo.


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