Códice Calixtino será exposto ao público


O Códice Calixtino, recuperado na quinta-feira, um ano depois de ter sido roubado, vai ser exposto ao público na sexta-feira na Sala Capitular da Catedral de Santiago de Compostela, confirmaram fontes religiosas. Desde abril de 2011, dois meses antes do roubo, que o texto não era mostrado ao público.


Agentes policiais encontraram o Códice na quinta-feira, envolto num saco de plástico, numa garagem na localidade de Milladoiro (arredores da capital galega), propriedade do principal suspeito do roubo, o eletricista Manuel Fernández Castiñeiras, que está detido.



As autoridades detiveram, além de Fernández Castiñeiras, a sua mulher (serão apresentados ao juiz na sexta-feira), o filho do casal e a sua companheira, entretanto libertados pelo juiz de instrução.



O público que queira ver o Códice do século 12 poderá deslocar-se, depois das 12:00 à Catedral, onde na quarta-feira o texto foi autenticado, regressando, temporariamente, à custódia policial.



O Códice é o mais antigo e conhecido guia para peregrinos do caminho de Santiago e é composto por cinco livros e dois apêndices, encadernados desde 1964 num único volume.



Criado para promover a devoção ao apóstolo Santiago, o códice inclui informação e conselhos para os peregrinos, como possíveis alojamentos, descrições das várias rotas, das obras de arte e patrimoniais que se podiam visitar.



Especialistas destacam o valor histórico do Códice, que é considerado uma das joias do património cultural da Galiza. O livro é possivelmente o original (ou pelo menos o melhor dos exemplares) do Codex Calixtinus, o primeiro guia do Caminho de Santiago, que foi encarregado pelo papa Calixto II ao sacerdote francês Aymeric Picaud.



Descreve pela primeira vez os detalhes de várias das rotas do Caminho, com informação sobre alojamento, zonas a visitar e património e objetos de arte que podem ser conhecidos. Um relato que, nove séculos depois, continua ainda hoje a ser citado e ainda serve de referência para alguns dos locais percorridos pelos peregrinos.



Conhecido também como o Liber Sancti Jacobi foi realizado em honra do apóstolo Tiago, detalhando-se a vida, o martírio e o culto da figura que tem em Compostela o seu maior culto.



Preparado e composto entre 1125 e 1130, e publicado em 1160, o texto ficou maior do que inicialmente previsto, acabando por contar com participações dos principais escritores, teólogos, fabulistas, músicos e artistas da época.

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