Cruz do Patrão poderá ser tombada – Por Ana Cláudia Dolores


Monumento mais antigo do Recife teve pedido de tombamento aprovado pelo Conselho Estadual de Cultura

No meio do matagal, às margens do Rio Beberibe, na área do Porto do Recife, está o monumento mais antigo da cidade. A Cruz do Patrão, que parecia fadada ao esquecimento e ao abandono, tem, agora, a chance de retomar seu papel de protagonista na história da capital. 

O Conselho Estadual de Cultura aprovou, no fim de julho, o pedido de tombamento do monumento, o que já garante sua preservação, independentemente da aprovação ou não do tombo pelo estado, enquanto durar o processo.

O historiador Leonardo Dantas, que foi o autor do pedido do tombamento feito ao Conselho Estadual de Cultura, ressalta a importância da Cruz do Patrão para a história do Recife. 

“O papel desse monumento é sua referência para o porto e toda a cidade começou a se desenvolver no entorno do porto. Ao avistar a Cruz, às margens do Rio Beberibe, o piloto da embarcação alinhava-a com a igreja de Santo Amaro das Salinas, a do Cemitério dos Ingleses, e vinha em linha reta sem bater nas pedras”, rememorou. 

Além da idade, a Cruz do Patrão tem relevância cultural para a cidade. Segundo a crença dos seguidores de religiões de matriz africana, ela simboliza o local onde os negros escravizados vindos da África desembarcavam na capital pernambucana. 

O monumento também é referenciado no imaginário popular como palco de assombrações, sendo, inclusive, rotulado como o lugar mais mal assombrado do Recife.



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