Universidades federais continuam paradas em vários estados do país – Por Fabiano Villela


O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino decidiu manter a greve dos professores de universidades federais. A categoria está parada desde maio.

Corredores desertos e salas vazias são o cenário em universidades federais que estão há quase quatro meses sem aula. “É chato a gente entrar no primeiro semestre e pegar uma greve assim, pesada, e sem previsão de quando volta”, lamenta Lidiane Braga Albim.

Segundo o Ministério da Educação, 15 universidades ainda estão em greve. De acordo com a Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior, que representa a maioria dos grevistas, o numero é maior: 21 instituições federais mantiveram a paralisação.

Na Universidade Federal do Pará os professores estão divididos. O sindicato que representa 70% da categoria decidiu manter a greve. O restante encerrou a paralisação ou não aderiu ao movimento. Na prática, nenhuma aula foi retomada, porque é preciso readaptar o calendário letivo e alguns professores ainda resistem em voltar às aulas, com medo da reação dos grevistas.

Nas últimas semanas, manifestantes chegaram a acorrentar os portões da universidade para tentar impedir o acesso ao campus de Belém. “Esse cerceamento do direito de se estar presente foi o maior impeditivo de que nos voltássemos ao trabalho”, garante Nicolau Rickmann Neto, presidente da APROIFES/PA.

De acordo com a Associação Nacional dos Docentes do Ensino Médio, a tendência é pelo fim da paralisação nos próximos dias.

Segundo o sindicato, assembleias em 18 universidades já definiram datas para o retorno dos professores, como na Federal da Bahia, que deve retomar as aulas amanhã.

O Governo Federal encerrou as negociações, depois de conceder aumento de ate 40% a serem aplicados nos próximos três anos. Os grevistas ainda não chegaram a um consenso com o governo sobre a reestruturação da carreira. 

“A suspensão da greve não indica que nós não tenhamos mais o que fazer. Nós vamos continuar pressionando o governo naquilo que é a nossa pauta”, diz Rosimê Meguins, diretora geral da ADUF/PA.

Na expectativa pelo fim da greve, muitos alunos já estão pensando na reposição das aulas, como Daniel Coelho. “A gente acha é que de repente a gente vai ter aula nas férias ou então nos fins de semana, para repor, e também aulas muito apressadas, sem muito conteúdo”.


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