Seminário discute políticas de saúde para religiões afro-brasileiras


Representantes de religiões afro e de instituições de saúde e cultura participaram, nesta segunda-feira (4), da abertura do: 

I Seminário Estadual de Povos de Matrizes Africanas

realizado no Hotel Matsubara. O evento, promovido pelo Ministério da Saúde (MS), segue até quarta-feira (6) e conta com o apoio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).

Segundo Margareth Magalhães, técnica da Diretoria de Promoção à Saúde da Sesau, as discussões têm como objetivo fortalecer a rede de matriz africana em Alagoas, em especial no que diz respeito à área de saúde. 

“Já identificamos que os terreiros são espaços promotores de saúde e, por isso, queremos ver as fragilidades para poder saná-las e torná-los mais fortes”, diz.

Ela destaca que o seminário também pretende debater novas ações a serem levadas para essas comunidades. 

Com o seminário, a ideia é identificar quais são as religiões afro alagoanas, quais são as casas de culto, e levar atividades de promoção da saúde em parceria com esses locais, focando não só na saúde, mas na garantia do acesso às políticas públicas”, acrescenta Margareth.

Para isso, foram discutidas questões como desafios e perspectivas da relação entre religiões afro-brasileiras e a saúde, racismo como determinante das condições de saúde, Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, a mulher negra no Sistema Único de Saúde (SUS) e saúde e meio ambiente.

Vera Gomes, assessora da presidência da Fundação Cultural Palmares, explica que o Estado foi escolhido para receber a atividade devido à história das populações negras. 

“É importante debater isso aqui, pois Alagoas teve uma história desabonadora quanto à questão racial. É fundamental levar políticas até eles e revelar que os terreiros contam a história do nosso povo”.

A diretora de Promoção da Saúde, Eliana Padilha, também destaca a importância do evento na capital alagoana. “A sociedade e o Governo devem estar juntos nesse enfrentamento das dificuldades e na criação de novas políticas públicas. Esse seminário pretende mostrar à população a necessidade de políticas em diversas áreas, como saúde, educação, emprego”, expõe.

Além dela, também participaram da mesa de abertura o coordenador da Rede Nacional de Religiões Afro-brasileira e Saúde, José Marmo, e os representantes do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros da Ufal, Ângela Brito; da Secretaria Municipal de Saúde de Maceió, Flávia Melro; da Fundação Cultural Palmares, Vera Gomes; do Ministério da Saúde, Reginaldo Alves; da Fundação Municipal de Ação Cultural, Filó Felix; e da Secretaria de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos, Mônica Carvalho.

Programação

O I Seminário Estadual de Povos de Matrizes Africanas continua nesta terça-feira (5), com os painéis Cultura, Mídia e Terreiro e Religiões de Matriz Africana e Ancestralidade, além da palestra Políticas Afirmativas: Fundação Cultural Palmares e da exibição do vídeo O Cuidar dos Terreiros. A programação conta ainda com plenárias e apresentações culturais.

Já na quarta-feira (6), o grupo realiza uma manifestação religiosa na Serra da Barriga, em União dos Palmares. A atividade ‘De Volta a Angola-Janga – II Edição’ pretende relembrar o extermínio do Quilombo dos Palmares e acontece a partir da meia noite com saudação aos ancestrais.




Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

"Negociar e acomodar identidade religiosa na esfera pública"

Pesquisa científica comprova os benefícios do Johrei

A fé que vem da África – Por Angélica Moura