Conselho Indigenista Missionário denuncia aumento da violência contra índios

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi), uma organização vinculada à Igreja Católica, denunciou nesta quinta-feira que 60 índios foram assassinados no último ano no país, a maioria em crimes ligados aos conflitos de terras, e a "omissão" por parte do Estado em punir e evitar esse tipo de crime.

"No último ano, aumentaram as diferentes formas de violência contra os povos indígenas", as quais incluem "assassinatos, ameaças de morte, inadimplência na regularização de suas terras e omissões do Estado, além da falta de assistência em saúde e educação", afirmou a organização em um relatório divulgado hoje.

Segundo os dados do Cimi, os assassinatos de indígenas passaram de 51, em 2011, para 60, em 2012, um número que eleva para 563 o número de mortes violentas entre índios nos últimos dez anos.

O conselho também alerta que 43 dos 60 assassinatos contabilizados no último ano foram registrados em Mato Grosso do Sul, estado marcado por graves conflitos entre tribos e fazendeiros da região.

O Cimi atribuiu esse aumento da violência à "omissão do poder público" por causa de sua demora na demarcação das terras indígenas, que, segundo a organização, é a origem dos conflitos que ocorrem em diversos pontos do país.

Como exemplo desta "omissão", o Cimi afirmou que 44 novas áreas indígenas já foram delimitadas, cujas aprovações definitivas só dependem de uma decisão da presidente Dilma Rousseff.

O conselho também sustenta que, "com uma média anual de cinco homologações de terras indígenas, o governo de Dilma é o que menos se ocupou" desse assunto desde 1985.

Durante a apresentação do relatório, o secretário-executivo do Cimi, Cleber Buzatto, declarou que "a vida dos povos indígenas está vinculada à terra" e, por isso, "o governo tem que saldar a dívida histórica que tem com os índios".

De acordo com Buzatto, "esse será o único modo de criar as condições fundamentais para a sobrevivência física e cultural dos povos indígenas".








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