Londres tem primeira retrospectiva internacional de Mira Schendel – Por Kênya Zanatta

A Tate Modern de Londres homenageia a artista suíça radicada no Brasil Mira Schendel com a primeira grande retrospectiva internacional dedicada à sua obra. 

Ainda em Londres, é inaugurado neste final de semana o anexo da Serpentine Gallery no Hyde Park. E o museu da moda de Paris reabre com uma grande mostra sobre a carreira do estilista Azzedine Alaïa.

Mira Schendel nasceu em Zurique em 1919 em uma família de origem judaica. Apesar de ter sido criada como católica em Milão, ela foi perseguida durante a Segunda Guerra Mundial.

A artista emigrou para o Brasil em 1949 e se instalou em São Paulo quatro anos depois. Foi lá que ela viveu e criou uma obra complexa e multifacetada até sua morte, em 1988. Sua trajetória artística foi marcada pela experiência do exílio e por um grande interesse pela filosofia e as religiões.

A curadora Tanya Barson espera que a exposição em Londres contribua para aumentar a notoriedade de Mira Schendel fora do Brasil.

"Ela era uma artista incrivelmente prolífica. Estamos apresentando cerca de 270 obras. Foram necessários três anos de pesquisa constante, visitas a colecionadores e instituições para ver as obras e decidir o que incluir, fazer uma seleção final e montar a exposição", contou a curadora em entrevista à RFI Brasil.

"Uma das séries mais representativas e mais conhecidas de Mira Schendel é 'Objetos Gráficos', exposta no pavilhão brasileiro da Bienal de Veneza em 1968. Também mostramos seus desenhos em papel de arroz, que se tornaram emblemáticos. Mira Schendel foi uma das figuras fundadoras da arte contemporânea brasileira, junto com Hélio Oiticica, Lygia Clark e Lygia Pape", acrescentou Tanya Barson.

Em cartaz na Tate Modern até 19 de janeiro, a exposição é organizada em parceria com a Pinacoteca do Estado de São Paulo e será exibida no Brasil em 2014.



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