Cultura africana é tema de livro lançado por Mãe Stella – Por Ana Emília Ribeiro

A cultura de origem africana, especialmente os assuntos relativos à religião dos orixás, é o tema do livro: Ófun, de Mãe Stella de Oxossi, lançado na noite da última quarta-feira (18/12), na Academia de Letras da Bahia (ALB), da qual a ialorixá faz parte.

A solenidade contou com a presença do governador Jaques Wagner, além de amigos, religiosos e imprensa.

“Este livro é para todo mundo que queira, para os adeptos ou não da religião dos orixás, porque tem informações para quem quer saber mais minuciosamente sobre nossa religião. O livro mostra o nosso caminho”, afirmou a ialorixá, que acredita que o conhecimento é capaz de reduzir a intolerância religiosa.

Para o governador Wagner, “Mãe Stella é uma pessoa da maior relevância como ser humano, sacerdotisa de matriz africana e como membro da Academia de Letras da Bahia. Parabenizo a ela, à ALB e também à Assembleia Legislativa por ter editado este livro. A obra de Mãe Stella, incluindo os artigos que ela escreve para os jornais, tem muita sabedoria, pela idade e pela sacerdotisa que ela é”.

O presidente da ALB, Aramis Ribeiro Costa, destacou a importância da obra. “É uma referência, uma fonte bibliográfica sobre a religião africana. Há grandes obras sobre a mitologia grega, sobre outras religiões, mas quem procura livros sobre os cultos africanos não encontra muitos, são escassos. Mãe Stella tem grande conhecimento e experiência que, colocados no papel, são de uma importância fundamental”.

Coleção Odu Àdájo

O livro é o primeiro dos 16 volumes previstos para a Coleção Odu Àdájo, assim como Ófun é o primeiro dos 16 destinos da religião africana. 

A coletânea tem como objetivo contribuir para que a cultura trazida pelo povo africano para o Brasil seja mais bem compreendida e, assim, possa ser mais respeitada. Para a ialorixá, o preconceito é fruto do desconhecimento e gera conflitos que interferem na vida individual e coletiva.


Aramis Ribeiro Costa festejou o primeiro exemplar da coleção, que traduz do iorubá para português a longa tradição oral do candomblé, agora preservada em livro, tornando acessível a sua vasta mitologia. 

O ogã José Ribamar, presidente da Sociedade Cruz Santa do Ilê Axé Opô Afonjá, a representação civil do terreiro, esclareceu que a coleção pretende atingir não apenas o público religioso, mas a qualquer pessoa que busque uma visão ampliada da existência e aos estudiosos de culturas diversas.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

"Negociar e acomodar identidade religiosa na esfera pública"

Pesquisa científica comprova os benefícios do Johrei

A fé que vem da África – Por Angélica Moura